sábado, 23 de janeiro de 2016

Léo e Bia - Lançamento e formato físico e e-book


Bom dia, Santa Maria...

Como é bom estar aqui com vocês e ainda mais trazendo ótimas notícias...

Nossos marrentinhos estão chegando em breve, por isso muitas festas estão por vir...

Nossa turnê com a Editora Ler Editorial, já está marcada e quero que anotem em sua agenda quando eu, Léo e Bia  estaremos mais perto de vocês...


Vamos lá...

São Paulo - 05 de março às 16:00 - Livraria Martins Fontes Avenida Paulista

https://www.facebook.com/events/1776161692612296/

Campinas - 06 de março às 14:30 na Livraria Leitura - Shopping Parque Shopping D. Pedro

https://www.facebook.com/events/1697303880554553/

Rio de Janeiro - 12 de março às 16:00 na Livraria Travessa  - Barra Shopping

https://www.facebook.com/events/1705275796415576/

Belo Horizonte - 16 de abril às 14 horas e 17 de Abril às 16 horas  - Bienal de Minhas... Stand Ler Editorial

https://www.facebook.com/events/780644975396513/

E aí, gostaram?


Eu amei, ganhando bem mais que poderia sonhar em ter através de Léo e Bia...

Com sua alegria e seu jeitinho eles estão vindo para aquecer e tomar conta do coração de cada uma de vocês...

Ainda quero organizar um evento em São Carlos, minha cidade, onde contarei com a presença de uma dupla de violeiros que somos amigos, além dos livros estarem indo para as livrarias e sites mais importantes do Brasil...

Obrigada mais uma vez a Catia Mourão, minha querida editora, por nos proporcionar essa imensa alegria...

E em meus sonhos, Léo e Bia eis de chegar em Santa Maria... Sua última parada contando para seus conterrâneos uma linda história de amor e superação...

DISPONÍVEL NO WATTPAD ATÉ O DIA 31 DE JANEIRO E A PARTIR DE MARÇO O LIVRO FÍSICO CHEGA JUNTAMENTE COM SEU E-BOOK COM BÔNUS, EVENTOS, LANÇAMENTOS, BRINDES E E TUDO QUE TEMOS DIREITO...
Corram!!!!
Vocês vão amar esse casal...


https://www.wattpad.com/myworks/31800785-lo-e-bia



Porém tanto seu e-book que será lançado na Amazon dia 1 de março, como seu livro físico, vem para completar essa linda história com bônus de mais de cinco capítulos...

Não percam!!!!

Obrigada por tudo...

CAPA OFICIAL - LER EDITORIAL


Léo e Bia...
Uma história que fará com que vocês se apaixonem perdidamente pela simplicidade de um grande amor, ultrapassando barreiras e superando obstáculos...

"Ela é mistério, cheia de segredos. Ele é bagunçado, cheio de defeitos.". A Bela e o Fera - Munhoz e Mariano

Sinopse:
"Ela é mistério, cheia de segredos. Ele é bagunçado, cheio de defeitos.". A Bela e o Fera - Munhoz e Mariano
Baseado no conto O Peão e a Marrentinha, publicado na Amazon, Léo e Bia nos traz muito mais que uma história de amor contada por dois jovens do interior.
Estudantes da Universidade Federal de Santa Maria, eles se conhecem quando Maria Beatriz volta a morar com seu pai na cidade onde nasceu para continuar sua faculdade de psicologia.
Já Léo, estudante de veterinária, que se estabeleceu na cidade depois que o pai herdou a Fazenda Palmital do avô, mexe com as estruturas de Santa Maria não só pelo som da sua caminhonete potente, mas também por todo seu charme e disposição para conquistar uma certa marrentinha que roubou seu coração.
Essa história nos levará a uma trajetória de amor, luta e superação, onde uma menina marrenta e cheia de mistérios se apaixona por um peão louco para ser domado.
Juntos estarão bem cuidados. Mas será isso que tornará sua relação perfeita?
Se acima de tudo forem amigos um do outro, compartilhando sonhos, dúvidas, alegria, problemas, sempre sendo o apoio um do outro, pode ser que eles alcancem esse patamar, porém muita água ainda passará por debaixo dessa ponte. Misturando ciúmes, brigas, Monstros do Curral, provocações. 
Mas tudo recheado de muito amor, companheirismo, emoção e acima de tudo muita diversão.
Léo e Bia chegam para encantar todos vocês com seu jeitinho marrento, mas completamente apaixonante



sábado, 19 de dezembro de 2015

Léo e Bia... Capítulo Final...



Não aprendi dizer adeus...
Não, nós temos um problema sério com essa palavra, que causa um buraco enorme dentro do nosso coração...
Então porque nos maltratar se podemos dizer um até breve?
Léo e Bia tem muita coisa ainda pra contar, mas para quem me perguntou, sim, eu postarei  livro inteiro...
O que teremos tanto para o e-book como para o livro físico é aquele gostinho de quero mais...
Aquele Epílogo, só que o nosso um pouquinho mais especial...
Pois teremos ali o gancho fundamental do segundo livro, que mesmo sem data para estreia, terá muita coisa pra contar....
Por isso não quero ver minhas marrentinhas tristes...
Léo e Bia estarão de volta em janeiro na Amazon e em formato físico pela minha querida Editora Ler Editorial, com tudo que tem direito...
Além de se aventurarem muito castigando as ruas de Santa Maria...
Esse é o tipo de casal, assim como Artur e Linda que não conseguimos apenas dizer adeus e virar as costas...
Sempre terá espaço para um presente, bônus e até mesmo livro...
Então....
Alegria...
Que hoje é dia de festa, amores...

                                   



Capítulo Final...
"Tem gente que tem cheiro de rosa, de avelã... Tem o perfume doce de toda manhã... Você tem tudo, você tem muito... Muito mais que um dia eu sonhei pra mim... Tem a pureza de um anjo querubim... Eu trocaria tudo pra te ter aqui... Eu troco minha paz por um beijo seu... Eu troco meu destino pra viver o seu... Eu troco minha cama pra dormir na sua... Eu troco mil estrelas pra te dar a lua... E tudo que você quiser... E se você quiser te dou meu sobrenome..."
Luan Santana – Tudo que você quiser
           
-Será que ele vai gostar – olhava no espelho pela décima vez depois da minha mudança no visual.
            -Sabe que sim – a mãe chegou por trás ajustando meu vestido. – Ele é louco por você, querida. E acima de tudo, – seus olhos brilharam no reflexo do espelho – está linda.
            -Obrigada, mãe – sorrimos cúmplices. – Por tudo.
            -Bia, tudo que fizer por você será pouco perto do que lhe devo, filha. – virei  encarando-a .
            -Você não me deve nada, mãe, de verdade. Estou feliz por poder compartilhar este dia contigo – a abracei.
            -Não tanto quanto eu, meu amor. Nunca deixaria você sozinha, principalmente no dia do seu noivado.
            -Estou tão nervosa – voltei para o espelho arrumando meu vestido creme, com detalhes brilhantes, até a altura das coxas e decote princesa.
            -E os pesadelos?
            -A noite passada foi mais tranqüila – suspirei lembrando as noites mal dormidas depois que acordei do coma por conta de pesadelos horríveis.
            -Vai ficar tudo bem, filha. A terapia e os remédios vão te ajudar.
            -Eu sei. Obrigada por ter ficado, mãe – fui sincera.
            -Prometi que cuidaria de você e é isso que estou fazendo. É claro, quando o João e o Leonardo me deixam – sorri, dos cuidados recebidos por meus dois homens. – Tirei licença do trabalho para isso, e eles entenderam.
            -Não quero prejudicar teu emprego, mãe.
            -Eles me deram o tempo que fosse necessário. Mas volto depois do noivado. Você está melhor e bem amparada, mas ainda quero ajudar em todos os preparativos do casamento. Quem sabe podemos comprar o vestido em São Paulo? – ela disse receosa, porém relaxou quando sorri.
-Seria maravilhoso, tem cada loja lá, vou ficar perdida.
-Nós vamos encontrar o vestido perfeito para você.
-Não vejo a hora.
-O Léo também – o pai entrou no quarto. – O garoto já ligou três vezes, acho melhor irmos antes que ele venha te pegar à força – rimos.
            -Quero ver quem segurará esse menino no dia do casamento.
            - Acho que só o Boi, Maria Elisa – sorrimos felizes por conta da alta que meu amigo teve naquele dia.
            -Então vamos logo matar seu peão do coração, Maria Beatriz – respirei fundo e saí junto com meus pais rumo à Fazenda Palmital, onde tínhamos organizado nossa festa de noivado, quinze dias depois do pedido de casamento.
Esses últimos dias foram bem complicados para mim devido aos pesadelos, que fizeram com que Léo escalasse minha janela quase em todas as noites. Também estava com sérios problemas com lugares fechados, me sufocando cada vez que tinha que entrar em um deles.
A terapia, que havia voltado a fazer desde a semana da minha alta, estava me ajudando, porém ainda não conseguia me conter, principalmente quando a noite caia, sendo amparada sempre por meu pai, minha mãe e meu noivo que estava todos os dias em casa.
Os remédios também estavam sendo monitorados, enfatizando os florais, mesmo que os de tarja preta ainda fizessem parte da minha vida. Mas o psiquiatra dizia que era apenas para me adaptar novamente com minha nova realidade depois da tragédia e que logo ele poderia diminuí-los e até retirá-los, deixando apenas os florais.
Tinha algumas ideias em mente para poder ajudar tanto as vítimas como as famílias da tragédia, porém para colocá-las em prática teria que ter ajuda tanto financeira quanto estrutural, por isso, conversaria com Léo depois sobre isso.
Perdida em meus pensamentos, não vi quando a Bandeirante de meu pai parou em frente à Casa Grande da fazenda.
-Vamos, filha? – ele estendeu sua mão para que eu pegasse.
-Vamos – respirei fundo vendo Boi vindo ao nosso encontro, porém Maria Elisa foi mais rápida.
-Ai, Boi, que bom! Agora posso te dar um abraço de verdade – e o pegou nos braços, mesmo ele tendo quase dois metros e ela, bem... Maria Elisa era tão pequena quanto eu.
-Olha, Dona Maria Elisa, se não tivessem me falado antes tudo que tinha acontecido, juro que ia pensar  que estava delirando.
-Boi – João ralhou.
-Ele tem razão, João, mas vocês me receberam de braços abertos – ela sorriu tímida.
-O que importa para a gente é a felicidade dessa marrenta aí – apontou para mim. – Se a Bia está feliz, todos nós também estamos – minha mãe deu espaço para que meu amigo me abraçasse. – O que fizeram com a minha amiga, quem é essa garota? – sorri feliz. O Boi estava de volta.
Na verdade, Boi havia acordado com tudo no dia que fui pedida em casamento. Brigando com Léo por não ter esperado ele acordar para conversar sobre o casamento. E foi ali que descobrimos que mesmo em coma, ele havia escutado algumas coisas, diferente de mim, que dormi como uma pedra, palavras dele, que me fizeram bater em seu ombro, mesmo dentro da UTI.
-Será que ele vai gostar?
-Pela ansiedade que o guri está, acho que nem vai reparar – deu de ombros.
-Eu mato ele.
-Voltamos ao normal, então? – sorrimos.
-Nós estamos lá dentro – o pai acenou saindo com Maria Elisa.
-Quem diria, hein? – Boi os acompanhou com o olhar.
-Quem diria – repeti. – Mas estou feliz, ela mudou.
-Eu vi – peguei seu braço e fomos andando devagar até a tenda montada para a festa, atrás da casa, perto da piscina.
Acho que nunca havia comentado, mas a Casa Grande tinha uma piscina muito gostosa, que era pouco usada por conta do frio que fazia aqui.
-Como está sendo voltar para a vida real?
-Estou ainda meio zonzo – sorriu.
-Eu sei como é.
-E os pesadelos?
-A noite passada foi tranqüila.
-Claro. O Léo não apareceu no hospital à noite, deve ter te dado um trato – bati no teu braço.
-Olhe o respeito, guri.
-Marrentinha, todo mundo sabe que tu não tens pesadelo quando está com seu noivo – fez graça.
-O pior é você agora namorando – levantei as mãos repetindo sua graça. – Imaginou acordar namorando e ainda abençoado pela mãe, o Padre Olavo e o sogro?
-Culpa sua – ele riu.
-Minha nada. Só dei um empurrãozinho, tchê. Tu estavas babando nela. Mas falando sério, ela é bem legal.
-Acho que estou apaixonado – confessou baixinho.
-O quê? Não ouvi direito.
-Pare de me encher, marrentinha – Boi estava envergonhado.
-Obrigada, amigo, de verdade – parei na sua frente, olhando dentro dos seus olhos.  – Tu me salvaste.
-Eu e o Léo que abriu a marretada aquela parede – senti meus olhos encherem de lágrimas e fui abraçada por meu melhor amigo. – Eu prometi para ele que cuidaria de ti, Bia.
-Eu sei e vou lhe dever minha vida para sempre – fui sincera.
-E eu a minha. Estamos quites? – sorri apertando sua mão, agora estendida para mim.
-Estamos.
-Vamos entrar então, antes que o Senhor Monstro do Curral resolva atacar – gargalhei em meio às lágrimas e entrei de braços dados com ele.
-Espero que a Mirela não fique com ciúmes.
-Acha. Ela te chama de cupido até hoje – sorri. – Preocupação mesmo tu terás com aquele guri ali – apontou para Léo que mantinha os olhos fixados no meu, catatônico. – Vai lá, antes que seu noivo me estrangule.
-A gente se vê – beijei seu rosto.
Segui em direção a Léo que ainda se mantinha parado no meio da tenda, e pelo caminho sorri, cúmplice para Jessy, minha querida amiga e quase cunhada, que havia passado a tarde comigo e a mãe no cabeleireiro e estava agarrada, para variar no pescoço do André. Observei meus queridos sogros que conversavam animadamente com meu pai e Maria Elisa e por fim cheguei onde ansiava, nos braços do meu amor.
-Oi – falei tímida, não obtendo nenhuma reação de Léo. – Amor?
-Tu... – tocou alguns fios do meu cabelo, agora na altura do pescoço. -Maria Beatriz – ele estava sem fala. – Tu estás linda, parece um anjo. Seu cabelo... – sorri, deitando minha cabeça na palma da sua mão.
-Queria te fazer uma surpresa. E mudar um pouco também, por isso, optei pelo corte chanel e uma tonalidade mais loira. Estamos começando uma nova vida, não é? – assentiu.
-Vou ter trabalho – agarrou minha cintura, sussurrando no meu ouvido. – não entendo nada desse negócio de tonalidade, mas de uma coisa eu sei. Estás mais gostosa... Mais mulher... – gemi me derretendo nos seus braços.
-Eu quero você, amor – pedi manhosa.
-Precisa avisar o Delegado que não dormirá em casa hoje – meus olhos brilharam entendendo aonde sua malícia chegava. – Precisamos consumar esse noivado.
-Jura?
-Não estás vendo meu estado? – tentou disfarçar, se esfregando em mim.
-Estou com tanta saudade – beijei seu pescoço, o arrepiando.
-Tu não imaginas o que vou fazer quando te pegar – urrou no meu ouvido, descendo a mão para minha bunda. – Te amo, pequena.
-Também te amo, muito – nos beijamos e quando nossas línguas se encontraram Léo agarrou minha nuca, puxando-me para mais perto dele.
-Procurem um quarto – rimos praticamente dentro da boca do outro.
-Cala a boca, Boi – nos separamos um pouco e vimos nosso amigo de mãos dadas com Mirela, acompanhados de Jessy e André, que também tinham se aproximado.
-Vocês são tão lindinhos juntos.
-Que isso, Jessianny, parece que nunca viu a gente – Léo ralhou com a irmã, me virando de frente para eles e abraçando minha cintura.
-Mas é um grosso mesmo! – falamos juntas, rindo no final. Observei que Mirela só olhava para nós sem entender nada.
-Oi, Mirela. Desculpe, nós somos assim mesmo.
-É tão bom ver vocês rindo e fora daquele hospital – ela sorriu tímida, me abraçando.  – Parabéns, Bia. Está tudo maravilhoso.
Tinha que concordar. Havíamos montado uma tenda do lado de fora da casa dos pais de Léo. A decoração rústica combinava com as mesas e cadeiras espalhadas. Não tínhamos convidado muitas pessoas, apenas nossas famílias, os amigos e o Padre Olavo, que conversava animadamente com meus pais naquele momento.
-Obrigada, Mirela, e seja bem vinda a nossa vida, mesmo com um mês atrasado.
-Estou feliz em estar aqui com vocês – Boi a abraçou, beijando o topo da sua cabeça. Bem diferente de Léo que já chegava colocando a mão na minha bunda e cheirando meu pescoço. Acho que isso era porque eu não era tão tímida, quer dizer, nem um pouco na verdade.
- Bia, tu estás linda, filha – Dona Luíza me abraçou.
-Obrigada, sogrinha, por tudo. Ficou muito bonito aqui fora.
-Não precisa agradecer, minha querida, foi feito com amor. E bem que a Jessianny disse, seu cabelo ficou maravilhoso.
-Vais ter mais trabalho, filho – Seu Flávio também me abraçou, beijando o topo da minha cabeça,  me fazendo corar. É... Eu também tinha meu lado tímido.
-Vou aproveitar que estamos todos aqui reunidos e pedir um minuto de silêncio, por favor – Léo pegou uma taça que estava na mesa e bateu com um talher.
-Eita que chegou a hora – Boi fez graça e joguei um guardanapo nele.
-Há um ano exatamente eu pedia Maria Beatriz em namoro – entrelaçou nossos dedos e senti sua mão gelada. – E aquele foi um dos dias mais felizes da minha vida. Sempre sonhei em ter alguém ao meu lado que pudesse compartilhar minha vida, e quando a vi pela primeira vez, ainda como uma pintura, tive a certeza que tinha encontrado o amor. Hoje exatamente um ano depois e com tantas coisas já passadas juntos, tenho certeza que é com essa marrentinha que quero passar o resto da minha vida – não precisava dizer que estava em prantos, borrando toda a maquiagem, não é? – ela me ensinou o que era amar, ter paciência e, saber mudar apenas para que a outra pessoa sinta orgulho. E como um dia meu pai disse... Em um relacionamento sempre teremos os dois lados, um dia tu vais querer matá-la, mas no outro vai sair no meio do dia, deixando todo seu trabalho pela metade apenas para saber se ela está bem. Eu sinto isso tendo Bia ao meu lado e como sou péssimo em datas, decidi hoje ficar noivo, marcando o casamento para daqui um ano também – funguei, recebendo de volta o mesmo guardanapo que joguei em Boi, tentando assimilar o que tinha acabado de ouvir.
-Eu pensei que tudo isso era porque tu eras romântico, Leonardo – todos os convidados riram.
-Mas eu sou, pequena – me pegou nos braços, deixando nossos rostos a centímetros de distancia. – Não quero esquecer nenhuma data, mas como sou homem, tentei apenas facilitar minha vida – e antes que pudesse retrucar ele me beijou, fazendo com que a tenda explodisse em um único aplauso.
-Eu te amo – agarrei ainda mais sua nuca.
-Eu também te amo, mas acho que tenho que continuar – riu lindamente, depositando um selinho nos meus lábios e endireitou nossos corpos. – Continuando... – limpou a garganta – gostaria de pedir a mão da filha de vocês, - apontou para João e Maria Elisa – em casamento. E prometo amar e cuidar dela mais que minha própria vida, pois sem ela, já descobri que a minha não valeria muita coisa.
-Vocês me provaram tantas coisas ainda não compreendidas na minha vida e a principal, foi que não se tem idade para amar e muito menos para se ser feliz. Os dois têm a minha benção – Maria Elisa disse emocionada, me fazendo voltar a chorar.
-Eu sempre desejei que vocês dois se entendessem. Um desejo apenas, mesmo antes de encontrá-los no aeroporto, já encantados um com o outro. E hoje depois um ano completamente intenso, vejo como esse amor pode ser forte e resistente a tudo, principalmente, por saber que tu cuidarás da nossa jóia com todo o amor e ardor, eu concedo a mão da minha filha a ti, Leonardo – João se aproximou o abraçando. – Cuide bem do nosso bem mais precioso.
-Eu cuidarei, Delegado – e o pai veio até mim, beijando minha testa.
-Seja feliz, filha.
-Eu vou ser, pai – o abracei, soluçando. E quando voltei a olhar para Léo ele já estava com nossas alianças na mão.
 -Maria Beatriz, tu aceitas se casar comigo? – Léo segurou minha mão direita, colocando e beijando a aliança dourada.
Sorri assentindo apenas com a cabeça, completamente anestesiada ainda de tanto amor e prossegui, tentando em meio às lágrimas dizer algumas palavras.
-Eu só gostaria de dizer, que hoje estou muito feliz por estarmos aqui todos juntos comemorando o amor... O nosso amor, Léo – toquei seu rosto – e agradeço a Deus por nada de mal ter nos acontecido e principalmente, ter quem mais amamos aqui ao nosso lado nesse dia tão importante – olhei para Maria Elisa e Boi. – Leonardo Ávila, temos algumas coisas em comum – sorri novamente, pegando a outra aliança das suas mãos. - Eu te amo mais que a minha própria vida também e percebi que nada tem sentindo se tu não estiveres comigo. Você é meu centro, minha alegria, meu acalento. Podemos ultrapassar todas as barreiras,mesmo as mais difíceis, pois sei que terei seu peito para descansar. Compartilhando das maiores alegrias, pois nenhum sorriso meu terá o mesmo brilho se não for gargalhado ao seu lado. Por isso hoje, eu aceito ser sua noiva, como aceitei há um ano ser sua namorada, aceitarei daqui um ano ser sua para sempre... Te amo – beijei a aliança, colocando-a em seu dedo anelar na mão direita.
-Tu és minha vida.
-Idem, peão – e mais uma vez Léo agarrou minha cintura unindo nossos lábios, enquanto todos aplaudiam nosso amor. – Obrigada por ficar comigo mesmo depois de te mandar embora – toquei seu rosto que sorria lindamente.
-Eu nunca iria para lugar algum, tu sabes disso – lhe dei um selinho.  - Vamos sair daqui? – olhei para ele sem entender – nós já fizemos nossa parte, pequena, agora quero você – o agarrei mais.
-À francesa? – Léo gargalhou, me puxando discretamente para fora.
-Isso mesmo.
E como duas crianças travessas, nós fugimos da nossa própria festa de noivado. Não antes de trombarmos com Boi.
-Não acredito que vão fazer isso? – ele cruzou os braços fechando nossa passagem.
-Saí, Boi – Léo o empurrou, rindo. – E se perguntarem por nós diga que fomos ali.
-Vai, Boi, precisamos ir antes que alguém nos veja – o empurrei também.
-Não sei o motivo de tanta pressa – o fuzilei com o olhar.
-Tu sabes, garanhão – Léo respondeu na mesma ironia. – A sua guria ser quieta não quer dizer nada – dei de ombros. – Agora vaza e encobre nossa falta por ali – apontou para a tenda. – Se der a gente volta.
-Boi, a gente não volta hoje. Avise o pai e a mãe que não vou para casa também.
-Vão lá! – abriu o caminho. – E, divirtam-se! Vocês merecem – ele sorriu e nos abraçou.
-E tu... – Léo disse rindo – vai com calma com a quietinha.
-Isso mesmo, não vai assustar a bichinha – saímos correndo, não antes de escutar ele nos xingando. – E não adianta xingar nossa mãe, Luis Carlos – gritei.
-Vão se fuder, no bom sentido.
-Nós vamos.
E corremos para a caminhonete, indo direto para nossa cabana. Chegando lá, percebi a saudade que sentia daquele lugar, que tinha nosso cheiro, nossa marca, nossas coisas.
-Senti falta daqui – Léo me abraçou por trás.
-Eu também, amor – virei enlaçando os braços no seu pescoço.
-Tu estás tão linda – tocou mais uma vez meus fios curtos.
O beijei e quando nossas línguas se encontraram gememos juntos e Léo encostou nossos corpos na parede.
-Preciso estar dentro de ti agora, pequena – sorri tirando sua camisa por cima da cabeça. – Ela tinha botões.
-Quem se importa – ele me virou novamente, encontrando o zíper do meu vestido, o tirando de uma vez também.
-Vamos para o quarto – me pegou no colo, depositando meu corpo na nossa cama. – Quero te amar devagar, Maria Beatriz. Sentir todos seus poros se arrepiando por mim.
-E eu quero ver o brilho que só tem nos olhos quando estais dentro de mim. Vem, amor – abri as pernas o vendo se acomodar no lugar que seria único e seu para sempre.
-Tem gente que tem cheiro de rosa, de avelã... Tem o perfume doce de toda manhã... Você tem tudo, você tem muito... Muito mais que um dia eu sonhei pra mim... Tem a pureza de um anjo querubim... Eu trocaria tudo pra te ter aqui... Eu troco minha paz por um beijo seu... Eu troco meu destino pra viver o seu... Eu troco minha cama pra dormir na sua... Eu troco mil estrelas pra te dar a lua... E tudo que você quiser... E se você quiser te dou meu sobrenome...
Sorri sentindo ele me invadir ao mesmo tempo em que sussurrava a música no meu ouvido. E como da primeira vez nos entregamos um ao outro por inteiro. Sentindo nossas respirações ofegantes e os corações saltando de tanto amor.
Éramos a vida um do outro.
Mesmo com todos nossos problemas ou desavenças, amávamos um ao outro mais que a nós mesmo e por mim Leonardo entrou em uma boate pegando fogo para me salvar. E por ele daria todo resto da minha vida para fazê-lo feliz.


A vida real nunca será igual um livro, com um ponto final vindo junto com o... Felizes Para Sempre...
A vida real sempre nos trará dificuldades para nos fazer mais fortes...
Alegrias para nos refrescar, como em um dia de brisa gostosa...
Além do amor verdadeiro, o que fará com que tenhamos um único motivo para voltar para casa no final do dia...
No final das costas, tudo se tornava perfeito, quando me deitava no seu peito para descansar. E escutando as batidas do seu coração, dormia tendo um motivo para levantar no dia seguinte...
O nosso amor.
O amor que faria enfrentarmos tudo juntos e com maestria. Sendo acima de tudo amigos um do outro. Compartilhando sonhos, dúvidas, problemas, alegrias, mas nunca deixando de estar ao lado um do outro, em tudo na vida.

No centro de um planalto vazio
Como se fosse em qualquer lugar
Como se a vida fosse um perigo
Como se houvesse faca no ar
Como se fosse urgente e preciso
Como é preciso desabafar
Qualquer maneira de amar varia
E Léo e Bia souberam amar
Como se não fosse tão longe
Brasília de Belém do Pará
Como castelos nascem dos sonhos
Pra no real, achar seu lugar
Como se faz com todo cuidado
A pipa que precisa voar
Cuidar de amor exige mestria
E Léo e Bia souberam amar
Léo e Bia – Oswaldo Montenegro e Zeca Baleiro

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Agradecimento especial as duas aventureiras que embarcaram comigo Para  Santa Maria....
História dedicada especialmente para Claudia e Fabiana....
Sem vocês essa viagem não teria sido tão perfeita....


E  a partir de agora  temos um encontro marcado nas redes sociais...
Me procurem no Facebook, Instagram, além do nosso grupo fechado  onde posto tudo sobre nossos livros, diariamente....

https://www.facebook.com/groups/557554350927979/

E não podendo deixar de lado a Fã Page de Léo e Bia...

https://www.facebook.com/L%C3%A9o-e-Bia-Livro-1481184872197162/?fref=ts

Lá vocês saberão tudo em primeira mão as novidades do livro, epílogo, casamento, brigas? 
Opa!!!! Peraí, ainda dá tempo pra brigar?
Se não desse não seriam nosso peão e sua marrentinha...
Nos vemos em breve....
Beijocasss
Fe

quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

Léo e Bia... Capítulo 21

                                     

Capítulo 21 – Amor incondicional
"Basta um cheiro ou apenas um sorriso... Pra eu perder meu ar e o juízo... Seu domínio em mim é fatal... Eu me sinto tão irracional... Mas não tem jeito é assim... Nunca vai mudar, vou me declarar... Com rosas... Perfume, uma declaração... Com beijos... Canções de amor, um violão... Quer saber por que, eu amo você... Quero sempre te surpreender..."
Marcus e Belutti – Irracional

            -Tem certeza que não queres ir de cadeira? – Léo estava de pé na porta do meu quarto do hospital, me esperando para irmos ver o Boi.
            -Tenho, amor – ele beijou minha testa. – Será que dá para parares de ser tão paternalista comigo. Para isso eu já tenho o João – Léo fez com que parasse na frente dele, erguendo meu rosto.
            -Maria Beatriz... – balançou a cabeça. – Tu não faz ideia de como a última coisa que quero nesse momento é ser seu pai – me prensou na parede.
            -Então me beija de verdade – ofereci minha boca.
            -Esqueceu que estamos em um hospital e com a porta aberta?
            -Por isso não – o puxei para mim, fechando a porta atrás de nós.
            -Tu és danada, marrentinha – pegou minha nuca juntando nossas bocas com voracidade, porém perdi o fôlego mais cedo que esperava o empurrando, engasgada. – Pequena, está tudo bem?
            -Está – comecei a andar de um lado para o outro em busca de ar.
            -O médico disse que isso ainda vai acontecer durante algum tempo.
            -Eu sei – voltei a olhar seu rosto lindo, que sorria, mesmo com o semblante preocupado. – Desculpa.
            -Pelo quê?  Me provocares? – tocou meu rosto e rimos juntos. – Sabes que o cigarro está eliminado de nossas vidas, não é?
            -Sei – repeti seu gesto com carinho. – Nós prometemos que se um dia fossemos parar, o faríamos juntos.
            -Juntos. Como tudo na vida – entrelaçamos nossas mãos.
            -Sim – respirei fundo e Léo me deu um selinho.
            -Desculpa, pequena, mas tive tanto medo de te perder que agora penso que vai quebrar.
            -Estou frágil, mas nem tanto, amor. Vou melhorar – disse confiante.
            -Já melhorou, linda. Está até brigando comigo – ri, batendo de leve no seu braço.  – Tua mãe também parou de fumar, ela te contou?
            -Contou. Depois que o médico saiu ontem. Ela nos surpreendeu, não é, amor?
            -Tu que nos surpreendeste com esse enorme coração, Bia – tocou meu peito. – Nós percebemos o arrependimento sincero dela, mas era de ti que  o perdão tinha que vir e ele veio na mesma hora – me abraçou quando percebeu que meus olhos estavam cheio de lágrimas.
            -Ela é minha mãe.
            -Sim e tu agora estás completa.
            -Só me falta  uma coisa... – Léo olhou confuso – precisamos acordar o Boi – ele riu fracamente. Ali percebi como Léo sentia falta do melhor amigo e principalmente, como devia ter sido complicado todos esses dias comigo em coma também.
            -Tu tens razão. Vamos lá?
            -Vamos.
            -Sabes que me arrependo de não ter dito para o Boi te levar de volta à fazenda para cantar para a Mimosa. Teríamos passado aquela noite rindo, tomando cerveja e implicando um com o outro, sem nada disso ter nos afetado tanto – Léo disse pensativo, enquanto caminhávamos devagar até a UTI.
-Mas daí ele não teria conhecido o amor da vida dele – apontei para Mirela que estava mais adiante.
-Eu iria atrás dela em qualquer outro lugar, – seus olhos estavam tristes – para que eu pudesse ver vocês dois bem.
-Eu sei, amor, mas não podemos voltar atrás e ele vai sair dessa também – apertei ainda mais nossas mãos juntas. – Será que ele tem noção que vai acordar namorando e já abençoado pela Zefa e o Padre Olavo? – rimos.
-Acho que é por isso que está demorando a acordar. Deve estar refletindo na vida.
-Leonardo! – ralhei, ganhando um beijo na boca.
-Estou brincando, pequena. Ele que não assuma essa menina que eu o obrigo a casar, igual fez comigo.
-Ele fez isso contigo? – estava surpresa.
-Depois de tudo que enchi o saco dele, era o mínimo que podia fazer – coçou a cabeça.
-Ela é uma graça, não é, amor?
-É, mas tímida demais, pequena – lembrei do dia da boate. – Fiquei sabendo que foste tu que apresentaste os dois.
-Aprendi contigo que ser amigo atrapalha na hora de paquerar.
-Me lembro bem desse dia.
-Eu também – ganhei mais um selinho.
-Bom dia, Mirela. – chegamos perto da nossa nova amiga e quase cunhada de consideração.
-Bom dia, Bia. Fico feliz em te ver bem – ela me abraçou, emocionada.
-Eu também fico feliz em ver você aqui. Minha flecha de cupido acertou em cheio, amor – Mirela corou violentamente.
-Essa minha marrentinha é fogo – Léo me abraçou por trás, beijando meu ombro. – Tu vais ver, o senhor Luis Carlos vai levantar rapidinho daquela cama depois da visita da Maria Beatriz. Ela não vai deixá-lo em paz – bati no seu braço, brincando.
-Vamos entrar? – estava ansiosa.
-Vamos.
-A gente se fala depois, Mirela. Foi muito bom te ver.
-Tudo bem. Foi bom rever você também, Bia. Ele vai ficar feliz em ver que foi um herói. – nessa hora me lembrei novamente do dia da tragédia e que ela estava ao nosso lado.
-Como conseguiu sair?
-Quando o Boi gritou, assustei e me perdi de vocês .  Fui empurrada para fora, sendo uma das primeiras a sair.
-Que bom. Fico feliz.
-Agora vão, entrem para ele se levantar também.
-Deixa com a gente – sorrimos e seguimos até a porta do quarto que nos levaria ao nosso amigo. E foi ali que minha ficha caiu, principalmente quando, já dentro do UTI, vi Boi naquela cama cheio de aparelhos.
Era mais difícil que imaginava e entendi o que Léo tentava me dizer a pouco.
Também caçaria Mirela em qualquer outro lugar para não ter que estar naquele quarto vendo meu amigo lutando pela vida.
Nos aproximamos da cama e toquei sua mão.
-Oi – minha voz saiu embargada e senti Léo abraçar minha cintura, tentando unir nossas forças com aquele gesto. – Eu acordei primeiro, viu.
-E eu disse que se isso acontecesse estarias ferrado – a voz de Léo estava emocionada também.
-Está na hora de acordar, amigo – me aproximei do seu ouvido. – Preciso te agradecer. Tu salvaste minha vida, Boi.
-Saiba que eu o agradeço todos os dias – olhei para cima, tocando o rosto dos dois. – É claro, depois de brigar com ele.
-Claro – revirei os olhos, sorrindo. – Boi, que história é essa de deixar a menina que te ajudei a conquistar solta por aí?
-Disse para ele que ela vai cansar de esperar – fungou.
-Ela vai fugir isso sim e se prepare – sussurrei ainda abaixada perto do meu amigo – sua mãe e o padre Olavo já abençoaram vocês dois. E lembra o que aconteceu comigo e com seu amigo aqui.
-Tem jeito mais não. Até o pai da menina veio te visitar, ou ver se não tinha como fugir. Se for por isso que estás dormindo ainda, trate de acordar – Léo brincou.
-Viu só, não tem mais jeito de escapar, peão. – respirei cansada.
-Cara, vou levar minha garota de volta para o quarto. E preciso te contar, - levantei e foi a vez de Léo sussurrar no ouvido do seu irmão de uma vida inteira – acabou de acordar e já está me dando trabalho – sorri, balançando a cabeça  – Vamos?
-Sim.
Nos despedimos do nosso amigo e voltamos para meu quarto, dessa vez de cadeira de rodas. Descansei o resto do dia com Léo dizendo que deveria ter sido menos teimosa. Ali percebi que estávamos voltando ao normal, até em nossas brigas que amava tanto.
Completado um mês da tragédia, recebi alta. E enquanto minha mãe arrumava minha mala, assistia ela e João discutirem comigo.
-Filha, a igreja vai estar lotada.
-Pai, nós vamos chegar quase no fim. Podemos ficar na capela – implorava para ir à missa de um mês da tragédia na igreja do Padre Olavo.
-E você não diz nada? – Maria Elisa perguntou para Leonardo, que estava refestelado no sofá junto comigo, fazendo cafuné em meus cabelos.
-Olha, Dona Maria Elisa, - ele gostava de provocar a mãe, fazendo com que eu e João gargalhássemos todas às vezes – conheço essa marrenta aqui a bem menos tempo que vocês, tchê. Por isso sei que não adianta discutir com a bichinha – me apertou ainda mais a ele.
-Bia, a imprensa do mundo inteiro está na cidade ainda.
-Pai, cinco minutos. Eu quero rezar por nossos amigos – senti meu coração apertar lembrando todos aqueles que nós conhecíamos de vista, mas principalmente de Mauricio e Vinicius, meus colegas de classe, que morreram naquele dia. – Ainda não consigo acreditar que o Mauricio e o... – comecei a chorar sendo acalentada por eles.
-E a galera da agronomia, então. Porra! Desculpa, Delegado, mas é difícil perder amigos tão queridos.
-Vai ser complicado para vocês terem que conviver com essa tragédia daqui para frente, principalmente tendo feito parte integrante dela, por isso queremos preservá-los, filha – minha mãe disse carinhosa. – Têm fotos de vocês espalhadas por todos os cantos.
-Até a última que a Bia mandou para ti.
-Essa o senhor tinha que investigar – Léo se remexeu ao meu lado. – Queria saber como uma foto que estava no meu celular foi parar na imprensa.
-Deixa para lá, amor. O pai já tem tanta coisa na cabeça.
-Deve ter sido uma das vezes que abriu para alguém aqui no hospital, Léo.
-Pode ser – mas conhecia meu namorado e ele não tinha engolido essa história.
-Podemos ir então? – pedi juntando as mãos.
-Tem outro jeito? – beijei meu namorado.
-Não – dei de ombros.
-Léo entra com ela pela casa do Padre Olavo e fiquem na capela, atrás do altar.
-Pode deixar, Seu João.
-Vamos estar no carro de trás.
-Ok, dona Maria Elisa.
-Sem o dona, Leonardo, quantas vezes eu já te disse...  – rimos e saímos os quatro do hospital.
O sol estava a pino como há um ano, o dia da minha chegada a Santa Maria. Não sei se Léo recordava dessa data e isso não me importava, por saber que homem não ligava muito para essas coisas. Porém nunca poderia esquecer o dia em que conheci, ou melhor, dizendo, atropelei o amor da minha vida.
O dia mais feliz da minha vida.
O caminho até a igreja foi feito em um silêncio harmonioso, pois Léo sabia que eu estava adaptando meus olhos para a vida, depois de um mês inteiro dentro do hospital, depois de quase morrido.
Chegando lá, como instruído por João, ele entrou pelos fundos da igreja, ajudando-me a descer e chegar até a sacristia.
-Está tudo bem, pequena? – perguntou preocupado quando respirei fundo.
-Está, amor – toquei seu rosto, carinhosamente. – Só um pouco cansada.
-Quer voltar?
-Não. Vamos ficar só um pouquinho.
-Tudo bem, vem devagar. – Léo me levou até a capela e de lá podemos observar a igreja cheia, principalmente do lado de fora, com toda a imprensa ali.
Assistimos a benção final feita pelo Padre Olavo e aquelas palavras me emocionaram muito, mesmo começando a passar mal devido a quantidade de pessoas ao nosso redor. Acho que nunca mais conseguiria ficar em lugar fechado.
-Me dá uma dor no coração, amor, olhe aquelas mães – apontei. – Poderia ter sido a gente – solucei e ele me abraçou. – É uma sensação horrível.
-Eu sei, pequena – senti seu corpo estremecer também. – Shiu. Vai passar.
-Como pode ter acontecido isso com a gente?
-Não sei, pequena, ainda estão investigando.
-Filhos – Padre Olavo passou pela capela, nos vendo ali abraçados.
-Padre – me desvencilhei dos braços de Léo, indo a sua direção.
-Minha filha – abraçou-me, também emocionado. – Iria a tua casa hoje à noite.
-Eu quis vir, Padre – funguei.
-Eu sei, minha querida. Mas não pode se esforçar.
-Foi o que dissemos – olhamos para Léo.
-Vou ficar bem – estiquei a mão para que meu namorado pegasse.
-Vou dar atenção a algumas famílias, mas me espere que a noite estarei lá, Maria Beatriz – assenti e voltei para os braços de Léo.
-Até mais, Padre.
-Cuide dela, filho.
-Eu vou – ele beijou minha testa e saiu. – Bia, antes de irmos embora queria te dizer uma coisa – olhei confusa para seu rosto. – Algo que deveria ter feito há um mês.
-O que foi, Léo?
-Pequena, tu és a coisa mais especial da minha vida. Não, - balançou a cabeça - tu és a minha vida e percebi isso no momento em que te vi desfalecer nos meus braços sem que eu pudesse fazer nada. Naquele momento, Maria Beatriz, eu quis morrer, só para poder ficar perto de ti, voltando a respirar apenas quando o médico disse que tu estavas fora de perigo.
-Léo...
-Shiu – ele sorriu, tocando meus lábios com seu dedo. – Hoje é um dia muito especial para nós, amor – ele lembrou. Sorri, deitando a cabeça em sua mão. – Um ano que me atropelaste naquele aeroporto.
-Que nos atropelamos você quer dizer – as lágrimas recomeçaram a cair quando ele assentiu.
-A gente aprendeu que Deus escreve certo por linhas tortas, não é? Então acho que o dia teria que ser esse – Léo se ajoelhou diante de mim. – Fiz uma promessa aos pés do altar dessa igreja bem antes de toda essa tragédia e lá já pedi para que ficastes boa e hoje vendo que fui prontamente atendido, venho aqui cumpri-la, além de lhe fazer um pedido – respirei fundo. - Maria Beatriz Albuquerque, minha pequena marrenta – solucei extasiada. – Tu aceitas se casar comigo?
Estava sem fala, sentindo que minha respiração falharia a qualquer momento. Meu Deus! Era tudo que eu mais queria. Ser dele, para sempre.
-Léo... – me ajoelhei também, enquadrando seu rosto com minhas mãos. – Eu te amo tanto. Tu também és minha vida e tive a mesma sensação quando acordei do coma e não te vi ao meu lado. Quero ser sua para sempre – sorri em meio ao choro. - Sim, Leonardo Ávila, eu aceito me casar contigo – Léo beijou meus lábios levemente e nossos gostos salgados se misturaram ali, me fazendo perceber que não era a única que chorava.
-Sempre estarei aqui por ti.
-Eu sei – solucei. – E é isso que eu mais quero.
-Eu sei – repetiu sorrindo, me beijando novamente. Um beijou que deveria ser proibido em uma sacristia, mas quem se importava. Agarrei sua nuca, ali ajoelhada, me sentindo viva e completa para ser feliz ao lado do meu amor.
-Eu te amo – disse perdendo o ar, sendo levantada por ele.
-Eu também, mais que tudo, pequena. Quero me casar contigo. Ter teu corpo colado ao meu todas as noites, – me abraçou – poder sentir sua respiração em meu peito todas as manhãs – beijou meus cabelos – Comprar nossa casa, construir nossa vida.
-Nós temos uma casa, Léo – beijei seu pescoço.
-A nossa cabana.
-É – tocou meu rosto com o polegar.
-Mas eu quero te dar mais, pequena. Quem sabe um apartamento.
-E o nosso lugar? – fiz biquinho.
-Ele será nosso, para sempre.
-Nossa casa de final de semana?
-E para quando quisermos variar – piscou sacana.
-Leonardo! – ralhei - Estamos em uma igreja.
-Por isso vejo que já é hora de irmos embora.
-Também acho, senhor meu noivo – ele me pegou no colo, girando nossos corpos. – Para, Léo, vou perder o ar – logo fui colocada no chão.
-Tu estás bem? – me sacudiu.
-Estou – sorri – e o beijei levemente. – Vamos que o senhor tem uma missão agora – o puxei.
-O quê?
-Pedir minha mão para meu pai e minha mãe.
-Isso vai ser moleza, principalmente para a Dona Maria – rimos, entrelaçando nossas mãos. Mas quando estávamos próximos do carro, João nos gritou, pedindo para esperar.
-Você precisa voltar para o hospital, Léo.
-O que aconteceu, pai? – senti meu corpo inteiro gelar.
-O Boi acordou.

Naquele momento nossa alegria estava completa.