Capítulo 16 – Minha
marrentinha
"Mas talvez você não
entenda... Essa coisa de fazer o mundo acreditar...
Que
meu amor não será passageiro... Te amarei de janeiro a janeiro... Até o mundo acabar...
"
De
janeiro a janeiro – Nando Reis e Roberta Campos
Léo
Nunca me passaria pela cabeça que
isso fosse acontecer quando viéssemos para São Paulo.
Maria Beatriz sempre foi a melhor
parte de mim, nunca quis deixá-la nesse estado.
Lembro da primeira vez que a vi, em
uma noite que visitei o Delegado João, na sua casa.
Linda... Aqueles olhos verdes me fascinaram desde o
começo, mesmo ainda sendo apenas uma pintura emoldurada na parede. Chegando ao
ponto de ser chamado de louco por Boi quando confessei que a menina da foto não
me saía da cabeça e que ela seria minha.
Sabia exatamente quando ela estaria
voltando para Santa Maria e lá estava eu, louco para ser atropelado por ela.
Sim, eu armei uma encomenda no
aeroporto para ser a primeira pessoa com quem ela esbarraria assim que pisasse
na cidade. E quando João chegou, meu coração parecia querer saltar para fora
com medo de ser descoberto. Mesmo
desconfiando, disfarçou bem.
Corri o risco. Não abriria mão de
tê-la nos meus braços antes de voltar à faculdade. Nenhum engraçadinho iria se
meter com minha garota. E quando Leonardo Ávila colocava uma coisa na cabeça,
ninguém tirava!
Naquela mesma noite tentei mostrá-la
como podia ser legal e a quermesse veio a calhar. Quando entramos naquela
cabine de fotos, minha vontade era beijá-la, mas não queria assustá-la, iria
devagar.
Dias depois estraguei tudo, entrando
feito um bronco no curral. Precisava aprender muito ainda, principalmente se
quisesse conquistar minha pequena.
Ela nunca baixou a cabeça, me
enfrentou desde o primeiro dia, mostrando que não teria medo do monstro do
curral, apelido que me deu quando me viu cuspindo fogo.
Depois daquela primeira festa na
república, não tinha mais para onde fugir. Mesmo parecendo tão superior e
bronco a respeito de sentimentos, quando se tratava de Maria Beatriz meus
quatro pneus arriavam.
Minha marrentinha não queria vir
para São Paulo e eu e João, insistimos para que ela pudesse ver a mãe e
enfrentar seus medos, que até aquela noite não entendia muito bem do que se
tratava.
Precisava falar com o Delegado, por
isso me remexi debaixo do seu corpo, devagar para não acordá-la, não queria
assustá-lo no meio da madrugada. Quando acordássemos conversaria com Bia, para
que ela mesma contasse ao pai o que tanto lhe afligia.
Ela, que me parecia tão forte quando
me enfrentava todos os dias, naquele momento estava completamente entregue e
fora de si, em busca de remédios que nem sabia que ela tomava.
Diante de tantos conflitos, mais o
ódio que estava sentindo daquela pessoa que se intitulava sua mãe, tentei
dormir passando toda a proteção e amor para minha menina que agora estava
agarrada a mim, tão desamparada e tão entregue.
Se pudesse, naquele momento, daria
todo o amor que Maria Elisa negara para minha pequena. Eu ia tirar toda a angústia de dentro daquele peito
sofrido. Faria que cada lágrima caída secasse. E seu sorriso voltaria a brilhar
assim como o sol que novamente iluminaria nossas vidas. Era assim que eu queria
e ia fazer.
Um sol brilhando forte, enquanto
brigava, sorria, amava...
Agora havia se fechado no meio de
tantas nuvens, há tanto tempo evitadas por ela.
Por isso ela não queria tocar no
assunto, o receio da viagem. Porra! Como
pude ser tão burro? Estava na
cara o tempo inteiro.
Dormi com aquele sentimento de culpa
pesando no meu peito, que só piorou, quando pela manhã não a encontrei ao meu
lado.
-Bia – chamei da cama, mas nenhuma resposta foi me
dada. – Pequena – fui até o banheiro e droga! Maria Beatriz tinha sumido e
levado todos os remédios.
Saí cambaleando do quarto encontrando
sua mãe tomando café calmamente na sala.
-Onde ela está?
-Ela quem, garoto?
-A Maria Beatriz não está no quarto,
aonde ela foi? O que fez com ela? – acusei sem conseguir raciocinar direito
pensando em minha pequena no meio daquela cidade tão grande.
-Pensei que estivesse dormindo, –
deu de ombros – é o que ela faz quando toma aqueles remédios.
-Como teve coragem de deixar sua
filha chegar nesse estágio? – a olhava incrédulo.
-Você não sabe de nada.
-Não, eu não sei. Mas daria tudo
para saber – sentei cansado, vendo-a levantar e começar a andar de um lado para
o outro, pela primeira vez demonstrando um pouco de sentimento.
-Eu só queria a felicidade dela,
aqui ao meu lado. Com um mundo inteiro para se conhecer – sentou ao meu lado.
-Em nenhum momento pensou que não
era isso que ela queria – foi minha vez de levantar, impaciente. – Que ela só
precisava ser amada, depois de se sentir um erro a vida inteira? Não conheço a
senhora, Dona Maria Elisa, mas conheço sua filha e ela é bem diferente da
menina que vi aqui acuada ontem querendo apenas um abraço seu – senti meus
olhos arderem. – Me fale onde ela pode estar, por favor.
-Vem comigo.
A mãe de Bia me levou, em silêncio,
para um parque muito bonito, no meio da cidade. O lugar era cercado de árvores,
passarinhos cantando e logo percebi que ali minha menina se sentia bem.
-É melhor você ir sozinho – assenti.
- Por favor, deixe nossas coisas na
portaria, como disse para senhora ontem a Maria Beatriz não volta nunca mais
para tua casa no que depender de mim – Maria Elisa baixou os olhos.
-Cuide dela.
-É o que estou fazendo – desci do
carro, começando a correr feito um louco para dentro do parque.
As pessoas caminhavam, brincavam com
crianças, cachorros e senti pela primeira vez, paz naquela cidade tão grande,
que tinha feito tão mal a minha marrentinha.
Andei mais alguns metros
encontrando-a sentada debaixo de uma árvore, encolhida como se tivesse com
medo.
Agachei, tocando seu rosto lindo,
vermelho de tanto chorar. E quando me olhou percebi que seus olhos estavam
longe, com certeza por conta dos remédios que havia tirado do armário do
banheiro.
-Eu te mandei embora – fungou,
encolhendo-se ainda mais.
-Tu já fizeste isso algumas vezes,
pequena. Mas eu nunca fui, sabe por quê? – coloquei seu corpo pequeno no meu
colo.
-Não.
-Porque te amo, não sei mais viver
sem vc. – sussurrei no seu ouvido.
-Sou muito complicada, Léo. Não sou
boa para ti. Deveria mesmo ter ido embora – sorri, beijando seus cabelos quando
senti que seu corpo não concordava com suas palavras, pois se aconchegou ainda
mais nos meus braços.
-Quem tem que decidir isso sou eu,
guria. E não vou para lugar algum. Precisamos continuar a nossa viagem – ela me
olhou sem entender. - Vou te levar para um lugar bem bonito hoje
-Onde? Não quero voltar para casa dela.
-Não vamos – beijei levemente seus
lábios. – Lembra que te disse que nossa viagem seria especial?
-Lembro.
-Nós vamos passar o Ano Novo na
praia – seus olhos se iluminaram um pouco.
-Mas lá essa época do ano é uma
loucura.
-Já deixei tudo reservado – a vi
sorri pela primeira vez desde ontem.
-Eu te amo.
-Eu também te amo, pequena. Só deixa
eu cuidar de ti, por favor – me apertava ainda mais a ela, como se disso
dependesse a nossa vida.
-Eu deixo.
Ficamos mais um tempo ali apenas nos
curtindo e mesmo sentindo que teríamos muito ainda o que conversar, queria que
ela estivesse mais forte, sem o efeito daqueles remédios, para lhe dar a
certeza que nada faria com que saísse do seu lado.
Liguei para a locadora de carros,
que tinha reservado desde Santa Maria e essa o levou até nós no parque.
Já no caminho para a praia percebi
que minha pequena olhava para o nada desde que saímos da cidade, então resolvi
puxar um assunto qualquer.
-Reservei uma pousada gostosa em
Ubatuba – ela virou um pouco o rosto para mim sorrindo, porém logo voltou para
a janela.
-Eu gosto de lá.
-Eu sei, tu me contaste de um Ano
Novo que passou com João lá, ele que me ajudou.
-Meu
pai é bom para achar essas coisas no meio do mato.
-Verdade – sorri apertando sua mão.
– Não vai ter muita balada, mas eles me garantiram que a ceia e a fogueira são
garantidas.
-Vai ser gostoso.
-Trouxe roupa branca? – queria
animá-la.
-Vestido, blusa e biquíni e o
senhor? – beijei sua mão quando nossos olhos se encontraram e percebi que ela
sorria com eles.
-É claro que sim.
-Ótimo. É tradição passarmos o Ano
Novo com roupa branca.
-Trouxe a cueca também, dizem que as
mulheres compram um arco íris de calcinhas para escolher o que vão querer no
próximo ano – ela virou todo o corpo, deitando a cabeça no meu ombro.
-Mas é um bobo mesmo.
-Que cor é a sua, pequena – ela me
olhou intensamente.
-Branca. Eu só quero voltar a ter
paz, Léo.
Pronto!
O burro xucro aqui tinha estragado
tudo, Bia logo fechou os olhos e só
abriu quando chegamos à pousada.
Havia escolhido uma a beira mar,
isolada da cidade, onde pudéssemos ter sossego e começar o Ano Novo nos
curtindo com os pés na areia.
Já era dia trinta e um e a
movimentação dentro dela era intensa.
Um funcionário nos ajudou com a
bagagem e quando chegamos ao nosso quarto, Bia foi direto para o banheiro,
saindo de lá com um biquíni e uma saída de praia, brancos.
-Vamos! O que está esperando? –
beijou meu pescoço.
-Vamos, pequena, quero aproveitar o
restinho de tarde contigo dentro da água – agarrei sua cintura.
-Eu também – ela sorriu jogando
minha mochila, enquanto ia atrás do protetor solar.
Maria Beatriz não havia tocado no
nome da mãe em nenhum minuto, nem quando tivemos que passar no seu prédio para
pegar nossa bagagem, comigo avisando no caminho, que já tinha pedido para deixarem
as malas na portaria.
Já na praia, que ficava a alguns
metros da pousada, conseguimos nos distrair, mesmo percebendo minha pequena
ainda tensa.
Entramos na água, brincando como
duas crianças, pulando ondas, tentando afogar um ao outro e rindo muito.
Voltando para a areia, completamente
ofegantes, aconcheguei-a nos braços vendo seus olhos perdidos naquela imensidão
sem fim a nossa frente.
-Que tal um cochilo? – beijei seu
pescoço.
-Só se tu me amares antes! – virou o
corpo, enlaçando as pernas na minha cintura.
-Isso foi um pedido? – sorri
malicioso.
-Foi! – gritou quando levantei com
ela no colo e corri até nosso quarto, amando-a por inteiro.
...
Acordei novamente sozinho e mais uma
vez o desespero me invadiu. Onde Maria Beatriz tinha se metido? Será que
precisaria amarrá-la no pé da cama?
Sentei na cama e quando olhei para
seu travesseiro vi um envelope ali, fazendo meu coração gelar sem saber para
onde ir primeiro. Pois se saísse correndo atrás dela não saberia o que havia
naquela carta, então respirei fundo, rezando para que minha marrentinha não
tivesse feito nenhuma besteira e abri o envelope, observando sua letra
redondinha contida ali.
Oi,
amor!
Depois
de tantas coisas descobertas de ontem para hoje, resolvi me apresentar de
verdade.
Prazer,
meu nome é Maria Beatriz Albuquerque.
Um
pouco mais complicada que a namorada até então vista por ti.
Um
dia tu me disseste que não conseguia expressar seus sentimentos tão bem quanto
eu. E pela primeira vez, eu menti.
Nunca
soube lidar bem com minha vida, Léo. Mas as palavras sempre foram minhas
companheiras, por isso decidi contar um pouco de mim através dessa carta.
Fui
uma criança muito assustada, sempre com medo de tudo, sendo maltratada por
Maria Elisa e amparada todas as vezes por meu maior protetor e melhor amigo,
João.
Só
que as coisas se complicaram muito, quando no meio da minha adolescência
conturbada, ela resolveu ir embora de casa, me levando junto. Implorei para que me deixasse em casa,
com meu pai, mas ela foi irredutível, sempre com a mesma desculpa de querer me
fazer conhecer o mundo.
Eu
só queria ser feliz, como agora estou ao lado do meu pai, da Jessy, do Dé, do
Boi, dos seus pais e principalmente ao seu lado, amor.
Minha
mãe sempre me crucificou por isso. E a cada dia que se passava sentia cada vez
mais a tristeza tomar conta de mim, até não conseguir mais sair da cama.
E
eu só tinha quinze anos.
Para
facilitar sua vida, ela me levou a um psiquiatra, dopando-me de remédios sem se
preocupar em perguntar como eu estava, ou apenas me colocar no colo.
Comecei
também a me tratar com uma terapeuta e foi através do trabalho da Laura, que me
apaixonei pela psicologia.
Em
nenhum momento quis preocupar João com meus problemas. Pode ter sido meu maior
erro, mas pensei que voltando para minha casa tudo ficaria bem, até parei de
tomar meus remédios, só que vi tudo voltar ontem à noite e surtei na sua
frente.
Nunca
quis me matar, como a Maria Elisa disse. Acho que sou muito covarde para isso.
Tomei
sim, doses excessivas de remédios para que pudesse dormir. Era apenas essa
minha vontade, ver o tempo passar até receber a notícia que poderia voltar para
Santa Maria.
Ela
nunca se deu o trabalho de me perguntar o que estava acontecendo. Sempre muito
ocupada com seu novo trabalho, os amigos e a cidade que a conquistava a cada
noite. Chamava-me de suicida e problemática, porém descobri com a terapia, que
isso a incomodava. Eu era o reflexo das
atitudes grosseiras dela e ela jamais aceitaria que errou tanto comigo.
Minha
mãe sempre esteve em busca de algo e tenho a impressão que nunca irá encontrar.
E meu medo, amor, era terminar como ela.
Mas
o meu sol voltou a brilhar no dia que te atropelei no aeroporto. Aquele foi o
momento mais feliz da minha vida. Voltei para os braços do meu pai e cai
literalmente nos seus.
Ali
não precisava mais sofrer. Queria e voltei a ser feliz.
E
hoje, morrendo de vergonha, depois de apresentá-lo a quem tanto quis esconder,
me abro inteiramente pra ti , amor.
Espero
que possas me perdoar e venha me encontrar na praia para começarmos, assim como
o ano novo, uma vida nova, juntos.
Te
amo muito.
E
obrigada.
Beijos
Tua
marrentinha.
Terminei de ler sua carta com
lágrimas nos olhos.
Sim, minha marrentinha havia
finalmente confiado em mim e ali percebi que mesmo com tantas coisas para conversar,
nos considerávamos o sol um do outro. A
mim, só restava aquecê-la com um abraço, iluminando-a com meu sorriso ,
mostrando que tudo ficaria bem.
Saí correndo pela segunda vez em
menos de vinte e quatro horas, encontrando-a sentada à beira mar, inteiramente
de branco, a espera de algo novo, que com certeza daria a ela.
-Muito prazer. Eu sou o Leonardo –
cheguei de mansinho, vendo seu olhar perdido observando as ondas no mar.
-Maria Beatriz, muito prazer –
virou, sorrindo timidamente.
-Obrigada pela história – sacudi a
carta.
-Tinha tanto medo que me achasses
louca e não quisesses mais ficar comigo.
-Então precisamos mesmo começar de
novo – sentei-me ao seu lado na areia. – E agora será minha vez de me
apresentar – entrelacei nossas mãos, sem desconectarmos o olhar do mar. - Meu
nome é Leonardo Ávila. Moro em Santa Maria, Rio Grande do Sul – Bia começou a
chorar e a peguei no colo. – E me apaixonei a primeira vista por uma linda
menina há uns tempos atrás.
-Essa menina também se apaixonou a
primeira vista, sabia? – fungou.
-Acho que não no mesmo dia que eu –
beijei seus cabelos. – Me apaixonei por um quadro e desde então sonhei com
minha marrentinha todas as noites, sendo chamado de marica por Boi até hoje,
depois que confessei isso a ele – Bia sorriu. – É... – balancei a cabeça -
também acho que deveria ter feito isso com o Padre Olavo – gargalhamos. – Mas
ainda tenho fé nos melhores amigos.
-Tu estás querendo me dizer que se
apaixonou por mim antes de me conhecer? – ela parou de rir e fiquei com medo de
ter cometido um engano ao contar o começo da nossa história para ela.
-É – disse envergonhado. E Bia fixou
os olhos nos meus, curiosa. – Me apaixonei por ti ainda antes do Natal. Fui até
tua casa convidar João para cear conosco quando me deparei com tua pintura na
parede da sala. Encantei-me contigo a primeira vista.
-Isso é lindo! – ela suspirou,
tocando meu rosto.
- E como sabia o dia da sua chegada,
resolvi estar no aeroporto também – falei simplesmente.
-Tu me atropelaste, então? –
acusou-me.
-Não. Tu me atropelaste – rimos
juntos.
-Mas será que valeu a pena todo esse
sacrifício, sabendo que sua marrentinha não passa de uma boba tentando resolver
tudo sozinha? – vi seu semblante mudando novamente.
-Não será tão fácil se ver livre de
mim, Maria Beatriz. Principalmente agora que a menina da pintura resolveu pedir
ajuda, certo?
-Certo – baixou a cabeça.
-E pelo jeito vou me acostumar até
mais fácil com essa nova marrentinha. Ela é mais calma e não briga – bateu no
meu braço. – Aí, isso dói – Bia deitou a cabeça no meu peito.
-É para doer – sorriu.
-Podemos dizer que a menina está
mais frágil, porém, não menos brava.
-Isso.
-Dez... Nove...
-A contagem? – ela perguntou olhando
para o aglomerado de pessoas perto da fogueira.
-2013 vem aí, pequena – levantei,
arrastando-a comigo.
-Temos muito que conversar ainda,
não é?
-Desde que tu estejas preparada...
-Eu te amo.
-Também te amo, Bia. E prometo
diante desse ano que se inicia que darei o céu e o mar para te ver feliz de
novo – ela começou a chorar. – Sem choro, hoje eu quero só te amar – ergui seu
corpo nos rodopiando até cairmos novamente na areia.
-Juro pra você, junto com esse ano
que se inicia, começar uma nova vida junto de ti.
-E eu... – começou tocar Nando Reis
e cantei em seu ouvido. – Olhe bem no
fundo dos meus olhos. E sinta a emoção que nascerá quando você me olhar. O
universo conspira a nosso favor. A conseqüência do destino é o amor, pra sempre
vou te amar... Mas talvez, você não entenda. Essa coisa de fazer o mundo
acreditar. Que meu amor não será passageiro. Te amarei de janeiro a janeiro.
Até o mundo acabar...
E aquela era a mais pura verdade.
Lutaria por minha pequena, mesmo que
ela me mandasse embora, que desistisse de tudo, que brigasse comigo.
Maria Beatriz era minha vida, e eu só
ficaria bem se ela estivesse bem.
Simples assim.