quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Léo e Bia - Capítulo 7


Capítulo 7 – Nessas horas ser amigo atrapalha
"Um dia, quando a luz estiver brilhando... Estarei em meu castelo dourado... Mas até que os portões se abram... Só quero sentir este momento..."
Pitbull - Feel This Moment ft. Christina Aguilera

Enquanto maquiava Jessy, pensava como havia sido o sábado até aquele momento.
Organizamos um momento de beleza durante a tarde fazendo as unhas, hidratação nos cabelos e depilação. Queríamos estar prontas para abalar as estruturas.
João também tinha me dito durante o almoço que iria aproveitar sua folga no domingo e na segunda de feriado prolongado, para ir pescar com o pai de Léo e alguns amigos da delegacia.
Fiquei feliz por ele, pois essa era uma das suas únicas diversões, tirando a roda de viola na Fazenda Palmital e os churrascos com o Padre Olavo.
Durante o dia Léo também me ligou duas vezes. A primeira para reiterar que me pegaria para irmos juntos para a boate e na segunda, rindo, me contou que havia esquecido de dizer que Boi era peão de rodeio e participaria de uma competição na cidade vizinha de Camobi, nos convidando para vê-lo montando no domingo e na segunda, além de assistirmos os shows que teriam lá.
O engraçado era Léo me incluindo em toda a sua agenda do final de semana, como se fossemos...
Balancei a cabeça sem querer aprofundar os pensamentos, pois naquele final de semana só queria curtir a vida com meus amigos.
-Bia... Bia – Jessy tirou-me dos meus pensamentos.
-Oi.
-Está no mundo da lua – ela sorriu, escolhendo o batom.
-Não, só pensando.
-Esse final de semana será intenso!
-Nossa! – gargalhei. – Que profundidade. Ele será movimentado, intenso eu já não sei.
-Escreva o que estou dizendo. Voltaremos para a Federal na terça, resolvidas – pulou da cadeira, indo em direção ao vestido rosa, que havia escolhido.
-Uau! Que animação! Estou vendo que você e o loirinho estão quase indo para a decisão final.
-Só nós, Maria Beatriz? – revirei os olhos.
-Deixa como está, me divirto bem mais vendo vocês dois – dei de ombros. Mas quem eu queria enganar, minha melhor amiga?
-Sei. Vou fingir que acredito – não, eu não enganava Jessianny.
-Vamos terminar de nos arrumar, daqui a pouco o Léo chega buzinando com toda sua delicadeza e paciência – rimos e fomos nos trocar. Havia escolhido um vestido dourado, cabelos soltos, lentes de contato, e maquiagem leve. Já Jessy tinha estava com um rosa.
Leonardo buzinou assim que chegamos ao andar debaixo, já estávamos nos despedindo de João.
-Tome cuidado durante esse final de semana e qualquer coisa me ligue.
-Pai, eu tenho vinte anos e o seu celular nunca pegou no meio daquele rio – ele riu.
-Pode deixar, Seu João, qualquer coisa a mãe cuida dela.
-Viu só, não precisa se preocupar, apenas se divirta – beijei seu rosto e escutei Léo buzinar novamente.
-Já vamos! – gritei. - Que apressadinho! – Jessy e João riram.
-Vocês também e cuidado, filha. Não aceite nada de estranhos...
Fomos saindo de casa antes que o peão acordasse meus vizinhos, acompanhadas ainda pelo sermão de João.
-Léo, cuide das meninas, ok?
-Estou aqui para isso, Delegado – ele sorriu e me deu o vislumbre da sua beleza, saindo do carro para abrir a porta do passageiro para mim.
-Está linda, guria – sussurrou, beijando meu rosto.
-Tu não estás nada mal também, peão –respondi conferindo seu look. Léo estava com uma calça jeans e uma camisa azul marinho, com os cabelos arrumados.
-Apesar de achar esses vestidos muito curtos, não é, Jessianny Ávila?
-Já vi piores, Leonardo Ávila – gargalhei da mesma ironia que ela usou.
-Eu amo as brigas de vocês.
-Vamos parar com isso, que Boi e  André estão esperando a gente na frente da boate.
-Ok, senhor apressadinho. Quase acordou todos meus vizinhos com esse seu trambolho barulhento.
-Não me provoque, Maria Beatriz. E muito menos chame meu carro de trambolho – Léo arrancou com o carro da frente de casa, mas antes me secou de cima em baixo, deixando-me até sem graça. Ele tinha esse poder sobre mim. Seu olhar pesava mais que uma tonelada dependendo da intensidade daquele verde.
A Kiss estava lotada. Boi e André conversavam animadamente na porta da boate, mas quando nos viram acenaram.
Passava das onze da noite e a fila já não estava tão grande.
-Boa noite, gurias – Boi veio cheio de graça, assim que descemos para Léo estacionar mais a frente.
-Boa noite, Boi – beijei seu rosto e Jessy deu-lhe um safanão.
-Isso que dá ter intimidade com as pessoas – ele esfregou a nuca.
-Também te amo, Boi – sorrimos e beijei também a bochecha de André, observando de longe seu olhar dirigido a minha amiga. Aquele era o dia deles, estava sentindo.
-O que rola? – Léo chegou tocando sutilmente minha cintura, com Jessy suspirando, percebendo o gesto.
-Nada, vamos entrar? – André falou pela primeira vez.
-Vamos. Mas já fiquei sabendo que a Gurizada só entra depois da uma e meia.
-Que informado, Boi. Jogou charme para quem? – Léo fez graça, dando um safanão nele também.
-Virei saco de pancada agora. Só porque sou grande, não quer dizer que não tenha sentimentos.
-Emburrou.
-Para, Léo. Liga não, Boi, sei que tens sentimento – toquei seu ombro, sendo puxada para mais perto de Léo.
-É, marrentinha, ninguém respeita o Boi aqui – me abraçou fazendo graça para Léo.
-Vamos entrar antes que saia morte. Estamos travando a fila, perceberam não? – rimos de André, entrando na boate mais famosa da cidade.
E aquele arrepio que me perseguia desde a primeira vez que passei em frente a ela, voltou com tudo. Mas deixei para lá quando começamos a beber e nos divertir na área vip, enquanto a banda não iniciava sua apresentação.
Estava na minha terceira taça de um coquetel forte e doce de morango, quando vi que Jessy e André conversavam animadamente em um canto da pista. Já Boi jogava vários xavecos em algumas meninas perto de nós. E Léo, bom esse era um caso a parte. Poderia estar fazendo como o amigo de infância, paquerando todo mundo, ou como o amigo da faculdade, “resolvendo” sua vida, mas não, ele estava parado, encostado em um pilar tomando sua cerveja e me vendo dançar animada na pista de dança.
Não sei se por conta da bebida, que já havia subido, ou da vontade de também “resolver” nossa situação, aproximei-me dele, puxando-o para a pista comigo.
-Bia, acho melhor não. Eu não sei dançar essas coisas.
-Então acho que bebeu pouco hoje, – apontei para sua cerveja – pois semana passada... – ele sorriu e começou a movimentar seu corpo junto com o meu.
Eu ondulava meus quadris nos dele e podia sentir sua animação bem próxima as minhas costas. Sorri, pois ali eu tive a certeza que provocava alguma coisa no meu peão.
-Você está me deixando doido rebolando desse jeito – sussurrou no meu ouvido.
-Eu amo essa música, sabe o que ela quer dizer? – virei jogando os braços em volta ao seu pescoço.
-Não – nossas respirações estavam entrecortadas.
-Só quero sentir o momento – sussurrei, beijando seu rosto. - One day when the light is glowing. 'll be in my castle golden. But until the gates are open. I just want to feel this moment. Oh oh... I just want to feel this moment. Oh oh... I just want to feel this moment – cantei grudada a ele, voltando a dançar ao som de Pitbull e Christina Aguilera.
            Léo se soltou e quando percebemos estávamos os dois nos acabando naquela pista.
            -Viu só, era só dar um empurrãozinho – estava ainda agarrada no seu pescoço.
            -Você me deixa alucinado – sorri.
            -Eu não. A música e a cerveja sim – Léo escondeu o rosto no meu pescoço e senti que estávamos nos entendendo ali. Rimos muitos dos tocos que Boi tomava, dançamos com Jessy e André e dei graças a Deus por Léo ser tapado e não perceber o clima entre eles. Resolvi então que era a hora de ir para o banheiro me arrumar para a cartada final. Eu agarraria Léo e seria naquela noite. – Pega outro para mim, Léo. Vou fazer xixi – sussurrei no seu ouvido, lhe entregando a taça vazia.
-Você está muito exigente hoje – brincou pegando a taça. – Vai lá, te espero. Quer de morango de novo? – gritou quando já estava me afastando.
            -Quero – mandei um beijo e ele gargalhou.
            Meu peão...
Suspirei, olhando para o enorme espelho do banheiro feminino.
Fiz xixi e tentei arrumar o cabelo, que estava desgrenhado por conta da nossa dança, passei um pouco de batom, retocando também o resto da maquiagem e saí de lá decidida, mas o que vi assim que cheguei perto do bar fez-me quase borrar toda a maquiagem que tinha acabado de retocar.
            Léo estava conversando animadamente e muito perto de uma loira siliconada, que só faltava se jogar em seu colo, ainda por cima com minha bebida na mão. Não que eu fosse uma morena maravilhosa, estava bem longe disso, mas aquela lá estava mais para uma das vacas de laboratório do seu curral.
            Morrendo de raiva, não deixei por menos. Fui até eles e bruscamente peguei minha taça da sua mão, tomando-a em um gole só, deixando os dois sem nenhuma reação.
            -Obrigada – virei às costas, limpando a boca com as mãos e saí correndo.
            -Aonde tu pensas que vai? – Léo foi mais rápido, segurando meu braço com força.
            -Embora – dei de ombros. – Desculpe, não queria atrapalhar sua conversa, é que às vezes estar com uma amiga pode atrapalhar, não é? Por isso é melhor eu ir – tentei sair, mas ele apertou ainda mais meu braço.
            -É. Você tem razão, às vezes é uma droga ser amigo – senti meus olhos arderem e não precisava estar sóbria para saber que em poucos minutos estaria chorando. – Vou te levar embora.
            -Não precisa me levar embora e depois voltar para pegar aquela ali. Eu posso muito bem pegar um táxi. Volte para lá, ela está olhando para você – apontei, gritando.
-Cala boca, Maria Beatriz, você não sabe de nada. Vem, vou avisar o Boi – saiu me arrastando pela boate a fora.`
-Tu estás me machucando.
-É para machucar mesmo, quem sabe para de pensar besteira – avistamos Boi com uma menina e percebi que Léo estava muito irritado.
Ai, eu tinha acordado o monstro do curral.
Agora aguente, Maria Beatriz.
Mas o que ele queria, que eu me apresentasse à sua colega loira siliconada?
-Boi, estamos indo embora – ele gritou para o amigo.
-Como? – olhou de mim para Léo parecendo entender.
-Eu estou indo embora e não ele, Boi – fiz birra.
-Cala a boca, Bia. Eu já pedi – ele gritou.
-Marrentinha, é melhor mesmo vocês conversarem – Boi segurou meu ombro. – Na verdade já passou da hora, não é, moço? – encarou Léo e fiquei sem entender.
-Não enche tu também. Só leve a Jessianny para casa, ok.
-Sem problemas, eu levo. E vocês se resolvam por favor – usando a palavra “resolver”, Boi me fez lembrar Jessy e ter a certeza que ela já havia resolvido o problema dela, em compensação eu...
-Vem.
-Tchau, Boi – acenei para meu novo amigo.
-Tchau. E juízo vocês dois.
Léo me puxou para fora da boate e assim que pisamos na calçada, fez com que nossos olhos se encontrassem.
-Agora a gente pode conversar como duas pessoas adultas?
-Não estou vendo nenhuma criança aqui – cruzei os braços e senti como se um balde de água fosse jogado em mim. Foi ali que percebi que estava chovendo horrores.
-Estou vendo que só te pegando de jeito mesmo, não é? – ele me empurrou até a caminhonete e praticamente me jogou lá dentro. Ok!  Vamos dizer que gosto um pouco do monstro do curral.
-Não quero molhar sua relíquia de caminhonete – sabia ser birrenta.
Ele não deu bola, sentando do meu lado , ligando o carro e acelerando pelas ruas desertas de Santa Maria.
-O que você pensa que eu sou, Maria Beatriz?
-Não sei, por que está me perguntando isso? – falei mimada.
-Acha mesmo que eu ficaria com a Mônica?
-Mônica é o nome dela? – devolvi a pergunta.
-É. Uma menina que estudou comigo o ano passado.
-E que estava a fim de estudar de novo, só que agora anatomia. Acha que não vi como ela estava se jogando para você – a bebida estava destravando minha língua. – Não que me interesse. – tentei, em vão, brecar os pingos que teimavam em cair no seu tapete, pois estávamos os dois ensopados.
-Não? – um silêncio que chegava a doer se instalou dentro da caminhonete e foi aí que percebi que ele havia ligado o rádio em uma estação qualquer, que a uma hora dessas só tocava músicas românticas. Era tudo que precisava.
Always de Bon Jovi começou a tocar no alto falante então eu resolvi quebrar o gelo.
-Sabe o que quer dizer esse trecho? – disse normalmente.
-Não, Maria Beatriz, eu não falo inglês e essa é a segunda vez que me pergunta isso hoje – ele estava muito irritado.
-Nem eu. Desisti de três cursos de inglês, sabia? Mas o que mais marca um aluno nesses cursos são as músicas que você aprende a letra. E essa foi uma delas.
-Interessante.
-Desculpa.
-Você está pedindo desculpas? – olhou para o lado, encontrando meu olhar no dele.
-Estou. Eu... Eu não gostei de ver você conversando com aquela loira – fui sincera.
-Eu só estava conversando com ela.
-Mas ela queria você.
-O problema é dela. Para que eu pudesse me interessar por aquela loira hoje, Maria Beatriz, outra teria que parar de... Deixa pra lá – sorri timidamente.
-Mas... Você sabe o que quer dizer essa música? – ele me olhou sem entender. Não, eu não estava desconversando.
-Não – sorri e comecei a falar.
-Sim, e eu te amarei, querida, sempre. E estarei ao seu lado por toda a eternidade sempre. Se você me dissesse para chorar por você, eu choraria. Se você me dissesse para morrer por você, eu morreria. Olhe para o meu rosto. Não há preço que eu não pagaria. Para dizer estas palavras a você – naquele momento senti o carro parar e percebi que havíamos chegado na minha casa. – Me perdoe, é que a gente estava tão bem, tão feliz, tão... Junto. E de repente... – comecei a chorar.
-Eu não teria nada com ela, Bia – Léo enxugou meu rosto – a gente estava bem, feliz, junto – foi se aproximando, não deixando quase nenhum espaço entre nós. – Eu queria que fosse tão diferente, tinha arrumado tanta coisa na minha cabeça – colocou uma mecha de cabelo que estava grudado no meu rosto atrás da minha orelha. – O que você quer, Maria Beatriz? – disse sofregamente, com os olhos fechados.
-Que me beije – Léo gemeu tocando nossos lábios singelamente.
-Sabe há quanto tempo eu desejo fazer isso, guria?
-Quinze dias? – ele sorriu depositando mais um selinho na minha boca.
-Bem mais – o encarei sem entender. – Eu imaginava isso desde quando o Delegado falava de você, mostrando suas fotos. Você é tão linda, pequena – acariciou meu rosto, o que me fez deitar em sua palma, ainda mais apaixonada.
-Me beija, Léo – dessa vez meu pedido foi atendido com prontidão. Léo agarrou minha nuca, puxando-me mais para ele e quando nossas línguas se encontram gememos juntos de satisfação. Ele beijava tão bem como nos meus sonhos. Sua pegada me deixava maluca e a partir daquele momento, viciada também. Leonardo poderia ser grosso, intolerante, mandão, mais era o amor da minha vida. Entreguei-me mais ao nosso beijo e quando me dei conta já estava no seu colo, agarrada a sua nuca com outra música romântica começando a tocar.
-Eu juro que se amanhã você não se lembrar de nada, Maria Beatriz, vou te dar uma coça – gemi, escorregando ainda mais para seu colo, grudando nossos corpos molhados.
-Eu não tenho amnésia, peão.
-Mas pelo tanto que você bebeu hoje – ele torceu a boca, beijando meu pescoço.
-Eu nunca esqueceria isso – toquei nossos lábios novamente, mas a fome foi maior, ele introduziu sua língua na minha boca e nos beijamos loucamente.
-Tu és tão linda, cheirosa. Porra, pequena. – Léo agarrava meus cabelos enquanto falava, demonstrando toda a intensidade das suas palavras nos gestos.
-Você não fica atrás – sorri, repetindo seu gesto.
-Eu queria ter feito isso certo.
-E o que tem de errado? – deitei no seu ombro, aspirando seu perfume, sentindo-o arrepiar.
-Pequena, - ergueu meu rosto, deixando-o praticamente colado no seu – eu não estava fazendo nada com...
-Eu sei. Só senti ciúmes – deitei novamente no seu ombro e fui abraçada por ele.
-Você não precisa disso.
-A tchim – espirrei, sentindo minha garganta fechar.
-Ei – me apertou ainda mais a ele. – Tu vais ficar resfriada.
-Estou bem. Foi a chuva – tentei limpar o nariz com as costas da mão. – Você perdeu o show da sua banda – dei-me conta da burrada que havia feito. – Ainda dá tempo, quer voltar? – olhei para ele, esfregando o nariz.
-Trocar isso aqui – me apertou mais a ele – por um bando de gurizada? – Léo fez graça, fingindo pensar – acho que não, pequena – sorri e ficamos ali trocando carícias e beijos.
-A tchim – tive uma crise de espirros depois de mais um tempo no seu colo.
-É melhor entrar. Está esfriando e tu estas ficando quente – tocou meu rosto.
-É só alergia, – dei de ombros, sentindo meu corpo começar a doer – mas é melhor eu entrar mesmo, preciso de um banho. A gente se vê amanhã?
-Tu ainda perguntas? – ele sorriu lindamente, distribuindo beijos por todo o meu rosto e pescoço.
-Léo... – o chamei envergonhada da pergunta que queria fazer.
-Fala – ele esfregou o rosto, sinal que estava começando a ficar com sono, já que se passava das duas e meia da manhã.
-Tu...
-O que foi, pequena?
-Você não vai voltar para a Kiss, não é? – escondi o rosto no pescoço.
-É para ter vergonha mesmo – disse bravo. – Olha para mim, Maria Beatriz – ergueu meu rosto. – Eu vou para casa. Estou com sono e tudo que queria fazer essa noite, já fiz – sorri e o beijei.
-Desculpa.
-Agora entre, não quero ver você doente.
-Ta – nos arrumamos, saindo do carro e Léo correu comigo até a porta.
-Vou te ligar assim que chegar na fazenda.
-Não precisa – estava envergonhada.
-Faço questão.
-Eu confio em ti – era verdade aquilo. – Só tive ciúmes.
-Mas eu vou ligar.
-Então vou te esperar.
-Se cuida, pequena.
-Você também. E... Eu...
-Não precisa falar, eu ajo por ti – me agarrou, fazendo com que nos aprofundássemos em mais um beijo.
-Até amanhã, Léo.
-Até amanhã, pequena.
E meu peão se foi.
E nós havíamos “resolvido” nosso problema.
Tomei um banho quente, colocando meu pijama rosa e joguei-me na cama ainda sentindo seu gosto na minha boca, suas mãos na minha pele, seu cheiro no meu nariz e seu boa noite no meu ouvido, já que me ele ligou como prometeu, assim que chegou em casa.
Eu estava apaixonada e era correspondida.
Existia coisa melhor na vida?
Agarrei o Bartolomeu e dormi feliz, depois de ter tomado um analgésico. Pois estava sentindo que a gripe chegaria com tudo. Como aconteceu com meu peão garanhão.
Agora MEU de verdade.

Cenas dos próximos capítulos




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