quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Léo e Bia... Capítulo 13



                                             
Capítulo 13 – O grande dia
"Ah, eu amo você... Teus segredos, vou aprender a decifrar...                                                                                  Teus desejos, me ensina a realizar...                                                                                                               Eu te estudo, te admiro, te espero...                                                                           Será que um dia vai me amar?"
Teus Segredos - Fernando e Sorocaba

            Estávamos todos empoleirados em cima da caminhonete de Léo, enquanto a próxima aula não começava, escutando as músicas que explodiam daquelas caixas acústicas que nunca aprenderei a falar o nome, conversando e rindo muito.
            Léo fazia-me recordar o show de Fernando e Sorocaba de alguns dias atrás cantando Teus Segredos, sussurrado no meu ouvido. Estava perdida na sua voz e nos braços envoltos à minha cintura, apenas sentindo a sensação de ser amada.
            Mas fui tirada dos meus carinhos, quando Boi se aproximou cantando a próxima música do cd, olhando diretamente para mim.
            - "Delegada será que sou motivo de investigação..." – ele fazia uma dança engraçada fazendo todos rirem, menos eu, que cruzei os braços na frente do peito. – Eu conheço uma delegada muito brava, que deve ter até aquelas algemas na bolsa – ele estava me provocando.
            -Eu posso saber o que tu estás fazendo aqui esse horário, Luis Carlos? – nessa briga ninguém sabia quem era mais marrento, mas no fundo amava aquele peão também. Enquanto isso, Léo não tirava os olhos das mãos de André na cintura de Jessy. – Sua aula não é só à noite?
            -Está magoando meu coração, delegada... Quer dizer, marrentinha – revirei os olhos, mas quando estava prestes a retrucar Léo gargalhou, se divertindo com nossa briga e Boi aproveitou para continuar. – Vim buscar os convites para a festa da sexta – olhei para meu namorado sem entender.
            -Que festa?
            -Nós não vamos – deu de ombros tragando seu cigarro.
            -Por quê? – virei de frente para ele, embasbacada com sua beleza em meio à fumaça...
            -Porque nós temos uma coisa para fazer.
            -O quê? – achei tão estranho aquilo. Léo não dispensava uma festa por nada desse mundo.
            -Sabe que dia vai cair sexta feira, Maria Beatriz? – sim, eu sabia. E por isso sorri apaixonada por ele também ter lembrado.
            -Sei, é nosso aniversário de um mês de namoro.
            -Exatamente – me virou novamente para o pessoal, mas Boi não se contentou em ficar com a boca fechada.
            -Deixar de ir a uma festa daquela? Tu só podes estar louco.
            -É melhor assim. Não quero me estressar com uma namorada que não coloca uma saia com mais de cinco centímetros. Prefiro levá-la para jantar bem longe de vocês – me virei novamente batendo no seu ombro.
            -Que horror! Isso é coisa de se falar, Leonardo. Minhas saias não são tão curtas.
            -Mas os shorts são.
            -Cala boca, Boi – eu e Léo dissemos juntos.
            -Quer que eu conte para eles o que vamos fazer, Maria Beatriz – sussurrou no meu ouvido. – Já imagino todos apostando sua virgindade no palitinho.
            -Léo... – me derreti e ganhei um beijou no pescoço.
            -Eu disse que iria ser especial.
            -Obrigada – enlacei seu pescoço, o beijando intensamente.
            -Uhuh! – os meninos gritaram.
            -Pronto, o show acabou, vão procurar o que fazer que eu e a Maria Beatriz vamos dar uma volta.
            -Porra, Léo, e o som?
            -Vai se fuder, Boi, e ligue o do seu carro. Olhe o do André ali também, bando de folgados.
Nossa, meu peão bravo me deixava completamente doida.
- E vocês dois, – apontou para Jessy e o Dé – estou de olho.
            -Leonardo, – ralhei – tu prometestes.
            -Não custa avisar – balancei a cabeça, despedindo-me do pessoal e entrei na caminhonete, vendo-o dar a volta e sentar no banco do motorista.
            -Por que eu insisto em te amar, Leonardo Ávila? Tu és chato, irritante, pega no pé de todo mundo.
            -És muito simpática, não é, marrentinha?
            -Mais que tu com certeza – dei de ombros, colocando o pé, descalço, no painel.
            -Está aprendendo – olhou o que eu estava fazendo – mesmo achando que é perigoso deixar esse pé aí – colocou a mão na minha perna.
            -Não disse... Tu és muito chato.
            -Somos idênticos, Maria Beatriz. Reparou não?
            -Não – resolvi mudar o rumo daquela conversa, beijando seu pescoço. – Então nosso dia chegou?
            -Chegou e quero que seja inesquecível.
            -Ele vai ser. Obrigada.
            -Pelo quê?
            -Por também ser romântico – deitei a cabeça no seu ombro, vendo ele nos levar pelas ruas de Santa Maria.
            -Também sei ser perfeito – se sentiu, piscando de lado e ganhou um beliscão na costela. – Isso dói.
            -É para doer mesmo.
            -Amo você.
            -Também te amo, peão.
            ...
            A sexta-feira demorou a chegar, porém quando bateu na minha porta quase me fez morrer de ansiedade.
            Não sabia se depilava, comprava uma lingerie nova ou ligava para Léo para perguntar onde me levaria. Estava definitivamente uma pilha.
            Resolvi ligar para ele assim que saí da manicure, pelo menos saberia o que vestir. Tirei o celular da bolsa, olhando nossa foto no visor e sorri, discando seu número que foi prontamente atendido no segundo toque.
            -Léo.
            -Que voz é essa, pequena?
            -Estou nervosa – ele gargalhou, fazendo com que encostasse ao jipe. – Não ria, amor. É sério.
            -O que foi?
            -Preciso pelo menos saber aonde tu vais me levar. Não seu o que vestir – resmunguei.
            -Para o que vamos fazer roupa é meio desnecessário, não achas?
            -Só não te mando para os quintos dos infernos, porque estou no meio da rua.
            -Já mandou – gargalhou.
            -Dá para amenizar meu nervosismo.
            -Ok! Vou aliviar essa para ti. – Léo estava extremamente de bom humor nesses últimos dias e ficava feliz por ser a causadora daquilo. – Vou te levar em um restaurante de verdade, nada de Mcdonald e Araponga.
            -Eu gosto do Araponga – era nossa lanchonete favorita e tinha a melhor batata frita da cidade.
            -Eu sei, mas hoje é diferente.
            -Está bem, algo mais sofisticado, é isso?
            -Tipo ir à missa do Padre Olavo.
            -Filha da...
            -Não xinga minha mãe, pequena. Ela está em casa fazendo o almoço.
            -Vou me arrumar, tu passas em casa que horas?
            -As oito. E avise o Delegado que vai chegar tarde – meu coração acelerou.
            -Sim. E, Léo...
            -Uhm...
            -Amo você.
            -Também te amo, pequena. E não se preocupe com nada, tu já eis a mais linda – sorri apaixonada.
            -Tenho que dizer o mesmo de ti, peão.
            -Adoro quando me chama assim.
            -Eu sei. Beijos, até a noite.
            -Beijo. Até.
            Desliguei, ligando para Jessy que foi ao shopping comigo. Precisava escolher uma roupa adequada, mas é claro que não contaria a ela sobre tudo que faríamos naquela noite, afinal de contas, ela era minha cunhada também.
            Com tudo comprado, até a lingerie, cheguei em casa e tomei um banho relaxante que perdeu seu status  assim que desliguei o chuveiro e escutei que Léo já estava no andar debaixo conversando com João.
            Me arrumei rapidamente, passando a chapinha no cabelo. E depois de pronta dei uma última olhada no espelho, descendo e encontrando os dois homens da minha vida relaxados no sofá, quer dizer, Léo estava um pouco tenso também, sentia do pé da escada.
            -Oi, desculpe o atraso – os dois levantaram e vieram na minha direção. Havia escolhido um vestido simples preto, na altura dos joelhos, com a meia da mesma cor e um sobretudo também, por conta do frio.
            -Tu estas linda, pequena.
            -Não está nada mal também, peão – desci os últimos degraus, jogando-me nos seus braços – Léo vestia uma calça jeans e uma camisa social preta.
            -Vamos? – enlaçou minha cintura.
            -Vamos – respirei fundo e percebi assim que toquei sua mão que estava suando. – Até mais, pai – beijei o rosto de João.
            -Até, filhos. E divirtam-se.
            -Pode deixar.
            Quando chegamos ao carro comecei a rir sem parar, com Léo me olhando sem entender.
            -O que foi, pequena?
            -Quem vai perder a virgindade sou eu, mas é tu que estás nervoso – balançou a cabeça em sinal de reprovação.
            -Partindo do pressuposto que vou tentar fazer a noite da mulher que eu amo a mais especial de todas e essa, além de ser marrenta pra caralho, é filha do delegado. Eu tenho motivos sim para estar nervoso, Maria Beatriz.
            -Me perdoa, só estava brincando - avancei o câmbio, o beijando docemente
            -Eu sei – tocou minha coxa, causando arrepios. – Mas quero que me prometas, caso eu faça algo de errado, tu vais me dizer.
            -Léo, tu não farás nada de errado, amor. Eu confio em ti. E isso para mim basta.
            -Ok! Vamos jantar.
            -Vamos – sorrimos nervosos, entrelaçando nossas mãos.
            Chegamos ao Ristorante La Solera, uma das cantinas mais antigas e charmosas da cidade e entramos depois que Léo deu seu nome para confirmar a reserva.
            -É lindo – estava encantada.
            -Eu sei. O pai trouxe a mãe aqui no aniversário de casamento e ela adorou. Então pensei que tu também poderias gostar.
            -Eu amei. Que romântico – suspirei.
            Fizemos nossos pedidos e Léo mandou trazer o melhor vinho, dizendo seu nome e a safra.
            -Não sabia que entendia de vinho?
            -Eu e o pai fizemos um curso, porque esse ramo está crescendo aqui no Sul. Quem sabe um dia possamos expandir a fazenda – sorri apaixonada.
            Nossos pratos chegaram logo, o meu, um fuzile ao molho de queijo e calabresa e o de Léo, para variar, um filé salpicado na manteiga.
            -Está uma delícia! – dei mais uma garfada, observando o movimento, que eram em sua maioria casais, que estavam ali no mesmo clima que nós.
            -Não tinha vindo aqui antes? – tomou mais um gole do vinho.
            -Não, nem de pequena.
            -Que bom que acertei.
            -Tu sempre acertas, amor – toquei carinhosamente sua mão.
            - Bia, eu preciso te falar uma coisa – gelei naquele momento por senti-lo tencionar novamente.
            -O que foi?
            -Eu sei que é cedo, mas queria te dar uma coisa – se remexeu na cadeira tirando algo do bolso.  – Se achar loucura, que está prematuro pode falar – Leonardo tímido? Isso sim era algo raro.
            -Tu estas me deixando nervosa – ele colocou a caixinha de veludo em cima da mesa. – Oh, meu Deus! – coloquei as mãos na boca.
            -Abre – estava completamente sem forças para chegar até ela.
            -Eu... – será quê?
            -Deixa que eu mesmo faço isso – abriu-a e de lá de dentro apareceram duas alianças de compromisso decoradas e bem grossas. – Sei que podes achar que estou maluco - comecei a chorar. – Não, pequena, a gente guarda, não fica assim – fez menção de fechar a caixa, mas fui mais rápida as tirando dele.
            -São lindas e, são minhas! – sorri, vendo-o devolver o ar para seus pulmões. – Eu amei! Coloca? – pedi estendendo o dedo.
            -Tu gostaste mesmo?
            -Se eu gostei? – peguei a dele nas mãos e pedi seu dedo. – Eu amei – levantei beijando seus lábios e depois sua aliança.
            -Estava com tanto medo de levar uma bronca – sorriu tímido.
            -Por quê?
            -Não sei.  Tu poderias achar loucura, sair correndo e nunca mais querer me ver.
            -Por causa de uma aliança? – gargalhei.
            -É.
            -Vai precisar de muito mais que isso, peão. – Léo juntou mais nossas cadeiras e me abraçou.
            -Amo você, pequena – estendemos as mãos à nossa frente, namorando nossas alianças.
            -Eu também, amor, mais que tudo. Obrigada.
            -Pelo quê?
            -Por saber ser perfeito – sorrimos e nos beijamos. E ali nosso jantar já poderia ser dado como encerrado.
            Havia chegado a hora mais desejada por nós dois nesse tempo todo.
            Iríamos consumar nosso lindo amor.
            Léo pagou a conta e assim que chegamos perto do carro o desespero tomou conta do meu corpo. Ele percebendo, antes de abrir a porta do passageiro para mim, prensou-me entre seu corpo e a caminhonete, colocando as mãos uma de cada lado da minha cabeça.
            -Pequena – fez nossos olhos se encontrarem. – Se não estiver preparada...
            -Eu estou... Quer dizer, só um pouco nervosa.
            -Eu quero que seja perfeito, Bia – tocou meu rosto carinhosamente.
            -Vai ser, amor – repeti seu gesto. – Esse nervosismo é normal, não é?
            -É – ele tocou minha mão e pude perceber por sua temperatura que estava tão tenso quanto eu.
            -Vamos fazer isso junto – sorri o abraçando.
            -Com certeza – Léo abriu a porta do carro para mim, dando a volta para o banco do motorista.
            O trajeto começou em silêncio, mas esse foi quebrado quando o vi pegar a estrada que ia para a fazenda.
            -Para onde estamos indo? – não tinha pensando muito no lugar até então. Esse que poderia ser um motel, o apartamento do André, mas a fazenda?
            -Para um lugar especial – riu, apertando minha perna. – Pensei em um lugar nosso – e como em um estalo lembrei do mirante.
            -O nosso lugar?
            -Um pouco mais aconchegante – pelo farol do carro avistei uma cabana assim que ele parou.
            -Léo ?– desci do carro e o vento frio daquele lugar me acometeu, fazendo meu corpo tremer.
            -É nossa! – me abraçou por trás. – Construí nesses dias com a ajuda do Boi, do Dé, do pai e de alguns peões.
            -Meu Deus!– senti lágrimas nos meus olhos – é linda!
            -Vem, vamos entrar antes que a gente vire picolé – me puxou para dentro.
            A cabana era pequena, feita de madeira, e sem nenhuma parede de separação. Havia uma sala com uma poltrona, a cozinha ao lado, apenas com uma pia e um frigobar, e no quarto...  - Respirei fundo aproximando-me dele. – No quarto tinha uma cama coberta com uma colcha que parecia ser bem quentinha e uma lareira ao seu lado, já acessa.
            -Perfeito – foi só o que consegui falar.
            -Rústico, mas nosso. – abraçou meu corpo que começava a se aquecer. – Ali tem um banheirinho – apontou para a única porta do local, tirando a da entrada.
            -Léo – virei de frente para ele, chorando copiosamente – é...
            -Nosso, pequena.
            -Pedi para o pai e ele concordou e além de tudo ajudou – sorri, escondendo o rosto no seu peito.
            -Por isso não me trouxe aqui esses dias.
            -É. Eu quero que esse lugar seja nosso, para sempre – me apertou ainda mais a ele.
            -Vai ser – Léo ergueu meu rosto e quando nossas bocas se encontraram percebi que estava pronta para receber todo o amor que ele tinha para me dar.
            -Estou pronta. Eu quero você, Leonardo Ávila – ele sorriu beijando a pele exposta do meu pescoço.
-Há quanto tempo queria sentir sua pele – Léo tirou meu sobretudo vagarosamente, descendo beijos por meu ombro. – Sentir tu te arrepiar apenas com a minha voz – sussurrou no meu ouvido, enquanto agarrava meu cabelo. – Te ouvir gemer meu nome baixinho.
            -Léo – instantaneamente falei, o vendo abrir o zíper do meu vestido.
            -Quero sentir sua pele, seu sabor, seu sorriso, seu brilho.  Quero sentir tudo isso junto, explodindo, na hora que estiver dentro de ti – sorri e ele nos levou até a cama, me deitando carinhosamente e vindo para o meu lado.
            -Amo você.
            -Eu também, pequena. Promete que se doer, tu me avisas?
            -Prometo – Léo me beijou e depois disso nos entregamos inteiramente um ao outro.
            Tê-lo dentro de mim, mesmo com a sensação dolorida da primeira vez, era maravilhoso.
            Ali éramos apenas eu e meu peão lindo, que também sabia ser romântico e proporcionar a sua garota, a melhor noite da sua vida como prometido.
            Léo tinha construído nossa cabana, no lugar mais mágico que meus olhos haviam visto.
            E naquela noite, poderia me considerar a mulher mais feliz desse mundo e ter a certeza que nada poderia me separar do meu amor. Não depois da nossa entrega mútua.
            Ali perdidos entre sussurros e gemidos eu era apenas de Leonardo e ele só meu. Emanando amor por todos os poros e descobrindo segredos íntimos só conquistados em uma relação verdadeira.
            Na hora do amor, Léo era o que mais falava e eu em silêncio me entregava a todas as novas sensações. Bem diferente do nosso dia a dia, porém não menos apaixonados.
            -Queria ficar aqui para sempre – beijei seu peito.
Estávamos deitados na cama ouvindo apenas o barulho do vento lá fora e da lareira queimando o resto da madeira.
-Eu também – apertou ainda mais nossos corpos nus.
-Precisamos mesmo ir embora?
-Por isso disse para avisar o Delegado que chegaria tarde.
-Tu pensas em tudo, peão.
-Gostou mesmo, pequena – acariciou minhas costas, nos cobrindo ainda mais com a colcha que era bem quentinha.
-Se eu gostei? – subi o rosto encontrando seu olhar brilhando. – Eu amei, amor – nos beijamos.
-Pequena, tu tens que falar se doer.
-Eu falo, só se você fizer de novo – sorri arteira, vendo seu corpo já em cima do meu completamente pronto.
-Por isso não – me invadiu novamente, não antes de colocar a terceira camisinha do pacote que havia trazido.
Não poderia desejar algo mais perfeito.
Léo tinha me proporcionado tudo em uma única noite. O que me fazia lembrar na música que ele cantou para mim dias atrás.
Ele realizou todos os meus segredos mais secretos e intensos instintivamente.
E estava radiante por isso.

CENAS DO PRÓXIMO CAPÍTULO...

 Mas o que encontrei assim que estacionei o jipe perto do curral fez meu coração ferver, de ódio.
            Léo conversava animado com uma talzinha, completamente sem sal, que tocava seus braços musculosos.
            Hei! Esses braços são meus. Não está vendo a aliança grossa no dedo dele, não?
            Estava enxergando tudo vermelho que nem vi quando Boi se aproximou.
            -E aí, marrentinha. A noite foi boa ontem, hein? Cheguei em casa pra lá das três e o Léo ainda não tinha chegado.
`           -Quem é ela? – falei entredentes.
            -Tu não vais brigar comigo hoje? Estás doente? – tocou minha testa, gargalhando.
            -Eu vou repetir – meus olhos estavam fixos no casal à minha frente. – Quem é ela?
            -Ela quem, sua doida? – foi aí que resolveu seguir meu dedo e percebeu de quem estava falando. – Daniela?
            -Quem é Daniela, Luis Carlos?
            -Ela morava vizinha da gente na outra fazenda – virei para o grandalhão na minha frente.
            -E...
            -E o que, marrentinha?
            -Vai, Boi, desembuche.


            -Tem nada não, Bia. Só que ela era louca pelo Léo quando pequena e roubou seu o primeiro beijo dele – disse simplesmente. – Mas a gente era tudo criança.

           


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